Andy Warhol, o expoente máximo da pop art, é autor de uma frase profética: segundo ele, "no futuro, todos serão famosos por 15 minutos".
Os BBBs da vida estão aí para confirmar a previsão do pintor e cineasta, um dos mais influentes artistas do século 20.
Warhol talvez não supusesse, porém, que a sua frase marcasse tão profundamente a vida de algumas pessoas.
No Brasil, isso é evidente.
São inúmeros os que fazem de tudo para aparecer, mesmo por alguns segundos, na televisão - Globo, de preferência -, no noticiário dos jornalões, ou, depois da explosão da internet como veículo de comunicação de massa, nas redes sociais.
O país está cheio do que se convencionou chamar de "sub-celebridades".
Até aí, tudo normal.
O que parece fora do eixo é a compulsão de alguns indivíduos, que, pela função que exercem deveriam se comportar sobriamente, de serem notados pela mídia.
Tome-se como exemplo o caso do procurador da República Delton Dallagnol, que cuida da operação Lava jato.
Neste fim de semana ele foi ao Facebook fazer propaganda de seu trabalho.
Mas não aguentou a cobrança dos internautas, que questionaram o caráter partidário das investigações.
Pior de tudo - apagou as perguntas que julgou inconvenientes.
Um papelão!
Dallagnol, entretanto, não é o único que faz de sua carreira pública trampolim para projetos pessoais.
O ex-ministro e ex-presidente do STF Joaquim Barbosa é outro exemplo a não ser seguido.
O curioso é que essas pessoas adoram adotar uma postura moralista quando posam para as câmeras, mas se esquecem do fundamental: o simples fato de meterem o bedelho em coisas alheias às suas funções os coloca numa posição eticamente questionável.
Certas profissões, certos ofícios, exigem, antes de mais nada, austeridade e compostura.
Não é possível aliar o bom desempenho dessas funções com a vida de uma celebridade.
Ha uns 30 anos atrás, um velho amigo profetizou: "além de pendurar melancia no pescoço, não demora vão cromar as orelhas, e pintar a bunda de vermelho."
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