Entre tantos outros, o governo Dilma tem dois sérios problemas a resolver:
1) Fazer política;
2) Informar a população sobre suas realizações.
A presidenta, em meio a esta crise fabricada pela oposição derrotada, que conta ainda com toda a ajuda dos meios de comunicação, ainda não percebeu que não basta ser uma boa gerente de obras.
A Presidência da República exige outras qualidades de seu ocupante.
O cargo é essencialmente político.
Lula se destacou porque fez as duas coisas, tocou obras e costurou a trama política que foi essencial para que o projeto trabalhista saísse do papel.
Dilma, ao contrário de Lula, parece não gostar da política.
Fora isso, tudo indica que cometeu erros graves na formação de seu ministério.
Joaquim Levy, titular da Fazenda, por exemplo, deveria ser instruído a não abrir mais a boca em público antes de passar por um treinamento intensivo sobre como se comportar diante de jornalistas, o velho e conhecido "media training".
Cada resposta que dá em coletivas, no Brasil ou no Exterior, é desastrosa.
O pior é que seu problema de comunicação se estende a todo o governo Dilma.
No tempo de Lula essa área já era de uma incompetência notável, mas o ex-presidente conseguia, por meio de seu carisma pessoal, fazer com que tal lacuna não fosse tão notada.
Hoje, a situação é de dar pena: Dilma não se comunica com o público, não tem porta-voz, não tem projeto nenhum nessa área.
E graças a essa imensa fragilidade, a imprensa, inteiramente dedicada a apeá-la do poder, deita e rola, faz o que bem entende, produz factoides sobre factoides, fabrica crises diárias - se torna a principal arma da oposição em sua intenção golpista.
Reverter esse quadro não é impossível.
Mas exige do governo Dilma respostas rápidas e, principalmente, a intenção de mudar algumas coisas.
Em primeiro lugar, alguém precisa fazer a presidenta entender que, se quiser sobreviver no cargo, tem de sujar as suas mãos e fazê-las tocar o mundo nem sempre agradável da realpolitik.
Fora isso, focar todo o esforço e meios possíveis para montar uma verdadeira equipe de comunicação, com profissionais engajados no projeto de transformação do Brasil.
Por último, contar com a ajuda da única verdadeira liderança política do Brasil, o ex-presidente Lula.
Sem ele a seu lado, será muito mais difícil vencer esta guerra.
Concordo. O problema é a questão da hora certa. Como foi dito no texto, estamos em guerra. Da uma olhada no artigo do Wong, no Ggn do Naciff.
ResponderExcluirAbraço.