segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Premiar bandido delator, o fundo do poço da Justiça brasileira

Se a Justiça brasileira nunca foi essas coisas e insiste em continuar sendo lenta, cara, amiga dos poderosos e implacável com os coitadinhos; 

se a Justiça brasileira, dizem as pesquisas de opinião pública, é considerada uma das instituições menos confiáveis da sociedade;

se a Justiça brasileira é incapaz de mudar a sua imagem de elitista e de superprotetora de seus interesses;

se a Justiça brasileira pune seus membros corruptos aposentando-os com régios salários;

se a Justiça brasileira insiste em atuar como se o tempo tivesse parado no país, agora, com essa decisão de premiar, não só com o perdão da pena, mas também monetariamente, bandidos alcaguetes, ela, definitivamente, chega ao fundo do poço do descrédito.


O dedo-duro, ou o delator, cagueta, cabueta, dedo de cimento armado, dedo de seta, delator, x-nove, espião, informante, dedo de anzol, língua nervosa, língua de tamanduá, língua maldita, língua de sabão, corujão - como se vê, há muitos sinônimos para ele - é, por si só, uma figura abjeta, ignóbil.

Pior quando, além de se prestar ao serviço de delação, ele é também criminoso.

E, pior de tudo, é quando juízes, promotores, delegados etc etc trocam seu trabalho de investigar e recolher provas pelos serviços nojentos desses dejetos humanos.

Aí é o ponto final de qualquer esperança de ver o Brasil melhorar.

Só nos resta indicar a esses doutos aplicadores da justiça os sábios versos de Pedro Butina e Evandro do Galo, cantados pelo mestre Bezerra da Silva na sugestiva composição "Defunto Caguete".

A sabedoria popular, muitas vezes, esclarece o que os doutores relutam em explicar...

Caguete é mesmo um tremendo canalha
Nem morto não dá sossego
Chegou no inferno, entregou o diabo
E lá no céu caguetou São Pedro
Ainda disse que não adianta
Porque a onda dele era mesmo entregar
Quando o caguete é um bom caguete
Ele cagueta em qualquer lugar

2 comentários:

  1. Estão criando no Parana, o Parque Nacional do Caguete Leão Dourado. Alguns individuos estão sob cuidados em cativeiro, para depois serem soltos em seu ambiente natural. Esperam com isso salvar a espécie em extinção.

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  2. Ou o crime organizado subiu muito de status ou o poder judiciário desceu esgoto abaixo. Sou mais a segunda alternativa. Olhaí o exemplo que veio de cima, do jb, frutificando

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