segunda-feira, 28 de abril de 2014

São Paulo, a terra do dinheiro, rejeita a fraternidade

Haitianos deixam o Acre em busca  da terra
 da oportunidade:  infelizmente não são louros nem ricos
(Foto: Marcello Casal Jr./ABr)
A reação do governo paulista à chegada dos cerca de 400 haitianos que estavam no Acre é reveladora.
Mostra que o preconceito de cor e de classe está muito mais enraizado na sociedade brasileira do que se supunha.
Como li em alguns artigos: se fossem ricos, loiros, de olhos azuis, será que seriam tão mal recebidos?
Mostra também a que ponto de degradação chegou São Paulo.
Como é que o Estado mais rico da federação, cujo PIB é maior que muitos países da América Latina - e do mundo -, que se intitula a "locomotiva da nação" e que concentra a elite empresarial do país, tem uma reação como essa por causa de 400 imigrantes?
Se fossem 400 mil, mas são apenas 400...
O governador do Acre informou: em seu Estado já chegaram, nos últimos anos, 20 mil imigrantes.
O Acre, comparado com São Paulo, pelo menos economicamente, é uma pulga, um quase nada.
Mas, da forma que pode, tem acolhido esses pobres coitados - eles não são apenas haitianos, mas africanos e sul-americanos, que vêm ao Brasil em busca de melhores oportunidades de vida.
Mas é óbvio que os imigrantes não querem ficar no Acre.
Afinal, o que o Acre, um dos Estados mais pobres da federação, tem a oferecer a eles?
O seu destino é mesmo São Paulo, a terra prometida, a terra onde estão os empregos, onde está o dinheiro.
Isso, São Paulo, a terra do dinheiro.
E só.
Porque, como as autoridades paulistas fazem questão de acentuar neste triste episódio, São Paulo, para a infelicidade de todos, não é a terra da fraternidade, mas sim a do preconceito.
A terra onde os que nela procuram abrigo são selecionados pela cor da pele, pela roupa que vestem, pela língua que falam e pelo tanto de dinheiro que carregam.
Atitudes como essas dos governantes paulistas envergonham qualquer pessoa que acredita na solidariedade como um dos traços que distinguem o ser humano das outras espécies deste planeta.
O que fazem está muito longe da imagem de modernidade que tentam passar. 
Estão mais para senhores feudais e de escravos do que pessoas que vivem no globalizado século 21.

Um comentário:

  1. A elite e pseudo elite podre paulista(apoiados por seus perigosos coxinhas despolitizados), adoraria fazer o sentido inverso com os NEGROS. A CBN-GLOBO-BAND entrariam em "estado de graça", teriam orgasmos multiplos em mandar todos os NEGROS daqui para o Acre ou para os quintos dos infernos. Quem sabe até para a mais próxima camara de gás. Aqui HITLER VIVE.
    Vejam como Alckimim/PSDB são "solidários" com o Norte/Nordeste. Não serve aqui, eles mandam o lixo prá lá. Ou seja, vai colocar a vida dos "baianos" em risco, qual é o problema? É tudo "baiano". Se morrer é melhor né ELITE PAULISTA/PAULISTANA?

    "A proposta de doar revólveres calibre 38, já obsoletos, da Polícia Militar de São Paulo ‘viajou’ até o Acre e outros norte/nordeste, mas voltou sem aceitação. O que foi anunciado pelo governo paulista, em abril de 2012, como uma forma de ajudar Estados com forças de seguranças sucateadas foi visto pelos outros governos como um movimento na contramão da modernização dos armamentos das polícias militares. Até o momento, ninguém se mostrou interessado em receber essas armas e gastar dinheiro para fazer adaptações.

    Os motivos para a recusa dos “três oitão” também são os mesmos que fizeram a polícia de São Paulo se mover no sentido da substituí-los: esse tipo de arma tem menor capacidade de tiros, é pouco veloz e não tem a precisão de uma pistola .40, atualmente utilizada pela PM paulista. Um disparo de revólver calibre 38 tem muito mais chances de perfurar o alvo e ainda atingir inocentes ao redor....". (H.Pires)

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