Achincalhar a Petrobras, uma temeridade

Essa campanha que a oposição, em conluio com a midiazona, está fazendo contra a Petrobras pode ser explicada de várias formas.

A leitura mais fácil é de que se trata, tão somente, de luta eleitoral.

Aécio, Dudu Beleza e assemelhados pretendem, com todo o bombardeio, desgastar a imagem do governo federal - e, principalmente, da presidente Dilma, candidata à reeleição.

Até aí, nada de demais.

Todos sabem que a oposição é incapaz de apresentar o mais tênue indício de uma proposta que possa melhorar as condições do povo brasileiro, "ir além", como gostam de falar, do que vem fazendo o governo trabalhista.

Ou alguém acha realmente que "medidas impopulares" como as que Aécio e seus gurus sugerem - arrochar salários é a mais óbvia - serão capazes de "fazer mais" pelo Brasil?

Ah, tenha dó...

A outra explicação dessa campanha anti-Petrobras é que ela pretende, além de desgastar a candidata Dilma, arranhar o que for possível da imagem da empresa, desvalorizá-la o máximo que der, para então, quando e se, a oposição tomar o poder, privatizá-la, "na bacia das almas", como se diz popularmente.

Esse pessoal que prega "medidas impopulares", vamos lembrar, é o mesmo que entregou as maiores estatais do país, ou seja, grande parte do patrimônio nacional, ao capital internacional a preço de banana, num processo que ficou conhecido como "Privataria"...

Seja lá os motivos que tenha, o fato é que ao investir contra uma empresa da importância da Petrobras, os nossos prezados oposicionistas têm muito mais a perder do que a ganhar - pelo menos a médio prazo.

O mesmo pode-se dizer da midiazona, que embarcou de cabeça nessa fantástica aventura, co-pilotando a nau dos insensatos rumo ao abismo.

Até o momento a Petrobras foi achincalhada sem praticamente ter esboçado nenhuma reação.

Recebe insultos diários, é a Geni do momento.

Da mesma forma, a presidente Dilma se mantém calada.

Seria lógico, então, supor, que a estratégia dos Aécios, Dudus e assemelhados funciona com a precisão de um relógio suíço?

A reação do bloco governista à criação da tal CPI da Petrobras, forçando a sua extensão a denúncias de corrupção em seara tucana, mostra que nem sempre as coisas são como aparentam ser - especialmente no campo da política.

Os Aécios e Dudus deveriam se lembrar, pelo menos por um momento, que estão mexendo com uma empresa cujo faturamento é maior que dezenas de países e que, no imaginário popular, se confunde com a própria história do Brasil moderno.

Não é uma porcaria qualquer como essas com as quais eles estão acostumados a lidar.

Fora isso, a presidente Dilma pode ter um monte de defeitos, mas tudo indica que a covardia não está incluída entre eles.

Sei não, mas acho que essa turma anti-Petrobras se meteu numa fria.

Ou melhor, numa gelada.