sábado, 1 de fevereiro de 2014

Racionamento de água à vista. E aí, governador Alckmin?

Há mais de duas semanas publiquei aqui um artigo intitulado "E ninguém vai falar sobre o risco de faltar água em São Paulo?".
Falava sobre o descaso dos jornalões, do governo do Estado e da Sabesp com a situação, já naquela época, de quase colapso do sistema de abastecimento de água da região metropolitana de São Paulo.
Àquela altura, apenas o Estadão havia abordado o assunto, timidamente.
Nos últimos dias, parece que o tema ganhou mais destaque na imprensa, mas ainda insuficiente devido à sua gravidade.

O site noticioso JornalGGN publica hoje matéria da experiente repórter Márcia Pinheiro, na qual Jeferson D'Addario, da Consultoria Daryus, põe o dedo na ferida. Segundo ele, a campanha que a concessionária começou a fazer para pedir à população que economize água é "tardia" e indica "falta de um planejamento mínimo do governo do Estado". 
Segundo o consultor, "pelas previsões da meteorologia, haverá chuvas apenas a partir da segunda quinzena de fevereiro" e "se houvesse uma campanha desde junho do ano passado, as pessoas já estariam condicionadas a economizar".
Para ele, é pouco provável que não haja racionamento. "A questão é se a Sabesp disporá de caminhões-pipa para atender principalmente às necessidades dos bairros mais afastados."
E assim caminha a vida no reino tucano de São Paulo, com os negócios de Estado sendo tocados com um misto de irresponsabilidade, incompetência, oportunismo e desfaçatez.
É muito evidente que a Sabesp vem adiando uma decisão mais forte com medo de sua repercussão pública. 
Afinal, este é um ano de eleição e o governador Geraldo Alckmin, candidato à reeleição, não pode ter a sua imagem de eficiente administrador, diligentemente construída nesses anos graças a polpudas verbas publicitárias e a uma consistente blindagem dos amigos da imprensa, sequer arranhada.
Ele já tem conseguido um milagre ao passar ao largo do megaescândalo do metrô, mas a decretação de um racionamento de água na capital do Estado mais rico da federação seria um inconveniente difícil de superar - até para ele, que, ao contrário dos outros políticos, deve grande parte do seu sucesso justamente pela sua ausência dos noticiários.
A água é o bem mais precioso do planeta Terra.
Se ela, tão valiosa, é tratada com tal menosprezo pelas atuais autoridades paulistas, dá para imaginar como são "administradas" as outras áreas.
Estamos, mesmo, entregues à nossa própria sorte.
Ou desgraça, como queiram.

Abaixo, o artigo "E ninguém vai falar sobre o risco de faltar água em São Paulo?", publicado no dia 14 de janeiro:

Há um ano, os jornalões anunciavam a idade das trevas no Brasil: as chuvas insistiam em não cair e um apagão geral e irrestrito era inevitável, graças à irresponsabilidade, à incompetência, ao desastre do governo petista.
Teve gente que acreditou e, como nos tempos de de FHC, comprou velas para se precaver do desastre.
Como se viu depois, não faltou energia. 
Ao contrário, a conta de luz caiu, novas usinas foram inauguradas, o sistema energético brasileiro se mostrou muito seguro.
Mas os jornalões fizeram a sua parte na guerra empreendida pela oligarquia para derrubar os trabalhistas, como bons e disciplinados soldados.
Hoje, com a estiagem prolongada, o abastecimento de água da região metropolitana de São Paulo está perto do colapso.
Ninguém da chamada "grande imprensa" parece se preocupar com isso.
A exceção talvez tenha sido o moribundo Estadão, que deu uma matéria, a respeito. 
Sem muito destaque, é bom que se diga.
Mas estava escrito lá:
"Com o mais baixo volume de chuva da história para o mês de dezembro, os reservatórios do Sistema Cantareira - principal fonte de abastecimento de água das regiões metropolitanas de São Paulo e Campinas - atingiram seu pior nível de armazenamento dos últimos 10 anos. Em uma época que eles deveriam ser recarregados, as represas estão com 25% de sua capacidade e liberando água para garantir o abastecimento nesse atípico período de seca no verão.
O cenário colocou em estado de atenção a Companhia de Abastecimento do Estado de São Paulo (Sabesp) - que opera o Cantareira -, companhias de água do interior e órgãos gestores das bacias hidrográficas, que emitiram alertas essa semana sobre o risco de desabastecimento nos próximos meses, caso não comece a chover em maior volume.
"É um cenário bastante preocupante. De dezembro a fevereiro são os meses que chove muito. É quando é feito o armazenamento de água nos sistemas para garantir o abastecimento durante o inverno, que chove muito pouco", explica José Cezar Saad, do Consórcio das Bacias do Piracicaba, Capivari e Jundiaí."
A situação de hoje, domingo, dia 12 de janeiro, segundo a própria Sabesp, é a seguinte: Cantareira está com 25,3% de sua capacidade. Há três meses, tinha 39%; há um ano, 49,2%.
Não se vê, na televisão, nenhum apelo veemente das autoridades paulistas para que a população economize água.
Não se vê, na imprensa, nenhuma manchete alertando para a gravidade do problema.
Como se sabe, São Paulo é um feudo tucano há duas décadas.
Há 20 anos, portanto, a mídia paulista blinda as administrações estaduais.
Elas não fazem nada de errado, nunca mereceram e nunca vão merecer manchetes negativas.
A Sabesp é uma estatal que investe muito em publicidade - até mesmo em outros Estados, coincidentemente em época de eleição.
Mas vai ser difícil convencer a população da qualidade de serviços prestados pela
empresa se em alguns meses for anunciado, por exemplo, um rodízio no abastecimento de água.
Seria um vexame e tanto para
o Estado mais rico da federação.
E para essa notável administração tucana,
que tira de letra qualquer denúncia
sobre a lisura de suas ações, que são, é claro, sempre em favor do contribuinte, sempre a favor do interesse público.

2 comentários:

  1. SÃO PEDRO É PETISTA. Ele nega água ao PSDB. Ele quer PADILHA NO GOVERNO. Esse São Pedro(credo).
    Ontem falta luz, hoje falta àgua.

    "...A crise ocorreu por uma soma de fatores: as poucas chuvas, e a falta de planejamento e ausência de investimentos em geração e distribuição de energia. Com a escassez de chuva, o nível de água dos reservatórios das hidroelétricas baixou e os brasileiros foram obrigados a racionar energia.
    Após toda uma década sem investimentos na geração e distribuição de energia elétrica no Brasil, um racionamento de energia foi elaborado às pressas, na passagem de 2000 para 2001. O governo FHC foi surpreendido pela necessidade urgente de cortar em 20% o consumo de eletricidade em quase todo o País. Estipulou benefícios aos consumidores que cumprissem a meta e punições para quem não conseguisse reduzir seu consumo de luz.
    Segundo os cálculos do ex-ministro Delfim Netto cada brasileiro perdeu R$ 320 com o apagão ocorrido no final do governo FHC.
    Auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) publicada em 15 de julho de 2009 mostrou que o apagão elétrico gerou um prejuízo ao Tesouro de R$ 45,2 bilhões.
    É um fato por demais conhecido o aumento contínuo do consumo de energia devido ao crescimento populacional e ao aumento de produção pelas indústrias. Isso exige planejamento antecipado e execução de políticas econômicas governamentais para suprir, a tempo, as necessidades de expansão da produção de energia...". (H.P.)

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  2. Grave. Muito grave.
    Rádio Bandeirante ataca(hoje jornal gente, entre 09;45 - 09:50, Salomão Esper) VIOLENTAMENTE A BAHIA, OS BAIANOS E O GOVERNADOR PETRALHA(falou isso mesmo embora em voz baixa). Falou assim, O DONO DA BAND, através seu empregado Salomão Esper:
    "... vendo essas coisas que saem na internet, leio uma delas que diz que o DURO É SABER QUANDO SE TRABALHA NA BAHIA. Lá é tudo feriado. Ninguem trabalha. Agora então com a Copa, tudo piorou(e assim vai essa ppérola desse cidadão empregado porta voz do dono - nosso). E continua esper.... esse Governador PETRALHA(em voz baixa) Jaques Wagner deveria.......(e continua referente porta voz a vomitar seu preconceito- nosso)...".
    Na volta. Esse Governador "Petralha"(como disse Salomão) poderia, ao menos, verificar essa gravação(deve estar gravado não?), e tomar providências em nome desse AGUERRIDO E MARAVILHOSO POVO DESSA MARAVILHOSA BAHIA. Que cada um tome suas providências, se acharem, após verificarem a gravação que é a prova, e se for o caso.
    (H.P.)

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