sexta-feira, 29 de novembro de 2013

A falta de argumentos

Quando era criança, bem novinho, lá longe, há mais de meio século, era costume a molecada tratar seus desafetos como nomes depreciativos como "Quatro Olhos", "Gordo", "Careca", "Gaguinho" - qualquer coisa que lembrasse um defeito físico ou mental.
Acho que esse costume vigora até hoje entre a meninada, mas com o nome de uma palavra inglesa, "bullying".
Quando a gente cresce, hábitos como esse são esquecidos.
Ninguém, por exemplo, vai chamar um colega de serviço, por mais que ele mereça o nosso ódio ou desprezo, por algo como "Analfa" - de analfabeto.
"Ei, Analfa, você viu como está o trânsito hoje?" - já imaginaram a confusão que seria alguém fazer uma pergunta dessas em voz alta, na frente de todos, lá no serviço?

Mas quem tem o costume de navegar pela internet e gosta de acompanhar os blogs e os sites sobre política, além de frequentar as redes sociais, está cansado de saber que há muitas pessoas que ainda não superaram a fase da infância e costumam travar debates como se tivessem ainda cinco anos de idade.
O ex-presidente Lula?
Ora, é apenas um "Apedeuta", um "Nove Dedos", um "Bêbado"...
A presidente Dilma?
Na falta de coisa melhor, pode chamá-la de "Dois Neurônios".
E assim segue o debate político no Brasil por parte daquele 1% que não se conforma em ver o PT no governo federal.
Faltam argumentos para contestar os avanços econômicos e sociais do país?
Simples.
Apenas diga que os números incontestáveis são fruto da imaginação dos "petralhas" - seja lá o que isso quer dizer - e a discussão está encerrada.



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