segunda-feira, 1 de julho de 2013

Copa, hipocrisia, dinheiro e política: tudo a ver


Certo dia, logo que o Brasil foi confirmado como sede da Copa do Mundo de 2014, no já longínquo ano de 2007, num programa esportivo da antiga parceria que o Estadão havia feito com a ESPN/Brasil para manter a sua emissora de rádio, escutei uma rara unanimidade: todos os que dele participavam soltaram o verbo, indignados com a escolha.
Os argumentos, daquela vez e desde então, em praticamente todos os meios de comunicação, contra a Copa no Brasil, se mantiveram.
Vai ser uma roubalheira, o governo (sempre o federal, é claro), deveria destinar os bilhões que vai gastar para construir escolas e hospitais, os políticos vão roubar como nunca, blá-blá-blá.
Foi, naquele instante, na extinta Estadão/ESPN, um desfile de críticas pesadíssimas ao torneio, o maior evento esportivo-midiático do planeta, que qualquer país, do Timor Leste à Alemanha, sonha receber.
Se não todos, pelo menos a maioria dos jornalistas esportivos se engajaram numa campanha difamatória contra o evento, demagogicamente, sem nenhum embasamento racional, centrado em números ou na lógica, na linha do "entretenimento" proporcionado à massa desinformada por um, digamos, Datena da vida, esse tipo de profissional que quer valer seu ponto de vista por meio do berro.

O mais interessante é que nem com o cronograma das obras sendo cumprido, apesar das dificuldades impostas pela sua magnitude, as críticas suavizaram. 
Como fazem diuturnamente em seu trabalho, essas pessoas, inteiramente vestidas com a camisa da turma do contra, continuaram agindo como torcida organizada, não dos clubes de coração que fazem questão de esconder do público, mas do "quanto pior, melhor".
O secretário da Fifa falou contra a organização da Copa?
Oba, que legal, isso quer dizer que o Brasil é uma porcaria!
O Maracanã está concluído?
Peraí!!! Tem mutreta nisso, foi superfaturado, pode cair a qualquer momento!!!
Foi assim o tempo todo.
E mesmo agora, quando o "aperitivo" a Copa se concluiu com brilho, em meio à tempestade promovida no país pela moda das manifestações contra tudo e contra todos (mas muito mais contra o governo trabalhista do PT e aliados), esse pessoal ainda insiste nessa cantilena viralatística de que a Copa do Mundo é maravilhosa lá fora e uma droga no Brasil.
O caso é que, nesses anos todos de pregação anticopa esses veículos de comunicação, principalmente da chamada mídia eletrônica, não deixaram de cobrir todos os eventos da seleção brasileira e correr atrás de gordos patrocínios publicitários para faturar com o torneio.
É uma atitude hipócrita, baixa, burra, indecente até, que mostra o grau de engajamento partidário da imprensa brasileira, que chega até a arriscar a oportunidade de fazer um excelente negócio somente para sabotar uma ação que pode render alguns pontos favoráveis ao seu inimigo.
Tal é o nível da guerra política em curso no país...
Números preliminares do Ibope em São Paulo dizem que a transmissão de Brasil e Espanha, jogo final da Copa das Confederações, rendeu 34 pontos de audiência para a Rede Globo, número que representa 54 % dos aparelhos ligados no horário. 
Se confirmado, será a maior audiência da emissora no ano com futebol. 
A Band também marcou um ótimo resultado, registrando 10 pontos, mais que a soma dos seus dois concorrentes, SBT (com 5) e Record (com 4). 
Somando as audiências de Globo e Band, cerca de 70% dos aparelhos estavam sintonizados na partida.
Será que nem com esses números nas mãos os manda-chuvas desses impérios de comunicação darão trégua à organização da Copa?
Será que rasgarão uma montanha de dinheiro agora pela possibilidade de ganhar mais no futuro, quando tiverem escorraçado os trabalhistas do governo?

Um comentário:

  1. Enquanto direita raivosa e esquerda cobiçosa marchavam juntas nas ruas da Tijuca, jogando molotov (ah, eram os 'infiltrados', eu sei, como o filho do vereador do PSOL de Petrópolis que foi pego com molotov na mochila) e tentando tumultuar um evendo desportivo a todo custo, o povão vibrava nos bares e lares com a seleção. A diferença com relação à ditadura é que hoje temos grêmios estudantis livres, pessoal do Tortura Nunca Mais convocando rebelião na maior liberdade, galera do OCUPASAMPA fazendo o mesmo, gente que vai pra vandalizar mesmo e não é presa (porque senão, vira 'preso político'), eleições diretas, sindicatos atuantes e livres, Judiciário plenipotenciário, Ministério Público também ...

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