quarta-feira, 19 de junho de 2013

Quer mudanças? Simples, não eleja picaretas


O Datafolha se juntou aos manifestantes paulistanos e concluiu que 84% deles não têm partido político, 77% possuem curso superior, 22% são estudantes e a maioria tem menos de 25 anos (53%).
Os números contrariam, segundo a Folha, o que se vê na sociedade brasileira: quem não tem preferência partidária soma 47% da população, somente 24% tem curso superior e 5% são estudantes.
Os motivos do protesto são vários, de acordo com o instituto de pesquisa: aumento da passagem (56%), contra a corrupção (40%), contra a violência/repressão (31%), por um transporte de melhor qualidade (27%), contra os políticos (24%) e pela tarifa zero/passe livre (14%).
Então, para resumir, a maioria dos manifestantes é jovem, com curso superior e sem preferência partidária. 

Majoritariamente, protestam contra o aumento da passagem - a Folha não explicita que passagem é essa, se de ônibus, trem ou metrô, ou se todas -, por um transporte de melhor qualidade e pela tarifa zero/passe livre.
São reivindicações bastante específicas.
Os governantes, se quiserem, podem perfeitamente discutir o gravíssimo problema do transporte urbano com interlocutores do movimento.
Com boa vontade, dá até para avançar bastante nesse campo, se ambas as partes tiverem mesmo boa vontade, quiserem mesmo arranjar soluções.
Mais difícil será calar o protesto dos que foram às manifestações para gritar contra a corrupção.
Corruptos existem desde que o mundo é mundo, brotam com a facilidade da erva daninha, impregnam todos os estratos sociais, todas as esferas administrativas, habitam as melhores casas.
O que se pode fazer é aperfeiçoar os mecanismos de fiscalização para que os corruptos sejam banidos do serviço público - e, por que não, da vida cotidiana, já que muitos deles, esses que oferecem desde pequenas facilidades ao guarda de trânsito até malas de dinheiro em troca de licitações dirigidas, raramente são vistos como os meliantes que são.
Quanto aos políticos...
Bem, a solução para que os maus, os picaretas, os aproveitadores, os que fazem de seu ofício um simples balcão de negócios, é extremamente simples: basta não elegê-los.
Eleição existe para isso, para que a gente ponha para trabalhar por nós pessoas em quem confiamos, cidadãos que vão fazer aquilo que gostaríamos de fazer se estivéssemos no lugar deles.
Esse pessoal que foi às ruas, diz o Datafolha, é jovem, instruído, esclarecido. Não custa nada que faça a sua parte, que, numa eleição, seja lá qual for, desde a de síndico do condomínio, vote com responsabilidade, com consciência, e não, como muitos desses neoprotestantes que conheço, falem com orgulho que "político não presta, é tudo igual" - e anule a sua principal arma para a mudança, que é o voto.

Um comentário:

  1. A geração digital esta mudando tudo, em menos de 1 ano os atuais detentores de cargos eletivos devem mostrar ao que estão , e ou vieram. Pressão diária "nelles" é a solução

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