segunda-feira, 10 de junho de 2013

Quem é de esquerda rejeita austeridade, diz Mário Soares

Soares e Dilma: "Somos socialistas"
(Foto Roberto Stuckert Filho/Presidência da República)
Aos 88 anos, o ex-presidente português Mário Soares, mostra que ainda mantém as convicções socialistas que o tornaram um dos mais conhecidos políticos da era pós-salazarismo. Ao se encontrar, em Lisboa, com a presidenta Dilma Rousseff, ele disse que concorda com ela sobre as restrições às políticas econômicas de austeridade no momento da crise econômica internacional. “Somos camaradas, temos um pensamento muito próximo. Somos ambos de esquerda e temos um pensamento muito claro do que se passa e concordamos praticamente em tudo. Sou contra as políticas de austeridade como toda gente de esquerda tem de ser”, disse Sores.
Segundo ele, a crise na Europa tende a acabar “na medida em que a Alemanha [principal economia do continente] percebe que também vai entrar em crise se não acabar a austeridade”.
Mário Soares criticou o governo de Pedro Passos Coelho (primeiro-ministro português) e a Troika (Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu e Comissão Europeia): “A Troika fala demais, mas o pior é a subserviência do governo português.”
Portugal está em recessão há quase três anos, e os portugueses têm especial interesse por investimentos brasileiros no programa de privatização das estatais.
O semanário português "Expresso" informou que a viagem da presidente Dilma Rousseff ao país seria um agradecimento pelo voto do governo português em favor do embaixador brasileiro Roberto Azevêdo na eleição do novo diretor-geral da Organização Mundial do Comércio, contra a posição da União Europeia. "É, mas não é só por isso, há toda uma relação bilateral por trás da viagem", disse a ministra de Comunicação Social, Helena Chagas.
Segundo a imprensa portuguesa, o governo brasileiro quer participar do programa de privatizações de Portugal. Entre as empresas a serem privatizadas estão a companhia aérea TAP, os correios e companhias de distribuição de água.
O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, afirmou que o BNDES poderia financiar as aquisições por parte das empresas brasileiras. "Nós vamos assistir, nós vamos tentar ajudar. Mas primeiro tem de haver manifestação de interesse por parte das empresas. A partir daí o BNDES oferece ajuda."
A viagem de Dilma também ajudará a acabar com um problema que afeta vários portugueses no Brasil: será assinado um acordo entre universidades para facilitar o reconhecimento de diplomas de engenheiros e arquitetos. Atualmente, cerca de 1.500 engenheiros e arquitetos portugueses estão no Brasil sem poder trabalhar oficialmente em suas profissões por falta de registro nos conselhos regionais. "Temos várias universidades brasileiras e portuguesas trabalhando na compatibilidade dos currículos, analisando os cursos de excelência em Portugal e no Brasil, e haverá uma política de reciprocidade. Eles reconhecerão nossos diplomas e vice-versa. E isso será feito com muito mais rapidez do que com os dentistas no passado", disse o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, referindo-se à luta de dez anos dos dentistas brasileiros para poderem trabalhar em Portugal.

Um comentário:

  1. ALELUIA!
    Veja só como uma viagem a Portugal faz bem e, acima de tudo, PRODUZ MILAGRES!

    Não é que a HELENA CHAGAS FALA!

    Impressionante!
    (H.Pires)

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