quinta-feira, 6 de junho de 2013

Copom avisa que vai aumentar ainda mais os juros


A ata da reunião do Comitê de Política Econômica (Copom) que elevou a taxa básica de juros (Selic) em 0,5 ponto percentual, para 8% ao ano, divulgada hoje (6), traz uma boa e uma má notícia.
A boa é que, segundo o comitê, o ritmo da atividade econômica do Brasil deve ser mais intenso em 2013 e no próximo ano. De acordo com o Copom, a despeito das limitações de oferta, o crescimento será mais alinhado com o potencial da economia. “Nesse contexto, informações recentes indicam retomada dos investimentos e continuidade do crescimento do consumo das famílias, favorecido pelas transferências públicas e pelo vigor do mercado de trabalho – que se reflete em taxas de desemprego historicamente baixas e em crescimento dos salários”, diz a ata.
A má notícia é que o Copom entende ser apropriada intensificar o ritmo de ajuste da Selic para conter o aumento da inflação.

Na ata, o comitê considera que o nível elevado de inflação e a dispersão de aumentos de preços contribuem para que a inflação mostre resistência, destacando que, neste contexto, a dinâmica da inflação também é influenciada por mecanismos formais e informais de indexação e a piora na percepção dos agentes econômicos sobre a própria dinâmica dos preços.
“Tendo em vista os danos que a persistência desse processo causaria à tomada de decisões sobre consumo e investimentos, faz-se necessário que, com a devida tempestividade, o mesmo seja revertido”, diz o Copom, acrescendo a necessidade de intensificar o ritmo de aumento da Selic.
A decisão do Copom, formado por diretores e presidente do BC, de elevar a Selic foi unânime. “O Comitê avalia que essa decisão contribuirá para colocar a inflação em declínio e assegurar que essa tendência persista no próximo ano”, acrescenta a ata. De acordo com o comitê, no curto prazo, a inflação em 12 meses ainda apresenta tendência de elevação e  o balanço de riscos para o cenário prospectivo se apresenta desfavorável.
O Copom reforçou que “em momentos como o atual, a política monetária deve se manter especialmente vigilante, de modo a minimizar riscos de que níveis elevados de inflação como o observado nos últimos 12 meses persistam no horizonte relevante para a política monetária [taxa Selic]”.
Cabe ao BC fazer com que a inflação fique na meta, que tem como centro 4,5%, com margem de dois pontos percentuais para mais ou para menos. A inflação deve ficar acima do centro da meta, neste ano. Em 12 meses encerrados em abril, a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ficou em 6,49%.
O comitê manteve a projeção de aumento do preço da gasolina, neste ano, em 5%. Também foi mantida a projeção de recuo de 15% na tarifa residencial de eletricidade.

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