quinta-feira, 13 de junho de 2013

Comércio vive momento catastrófico. No mundo da Folha...


A notícia da Folha, em seu site, aponta o fim do mundo, na melhor das hipóteses: "Setor dos mais dinâmicos da economia nos últimos dez anos diante da inclusão de pessoas no mercado de consumo graças a programas sociais e à melhora do mercado de trabalho, o comércio já sente em 2013 os efeitos negativos da inflação maior, do rendimento em desaceleração e da freada na geração de novas vagas. Os dados de abril, ainda que mostrem uma retomada ante março (0,5%), contrariaram as previsões e jogam um balde de água fria na previsões de uma retomada do PIB em abril."

E o catastrofismo continua: "O mais 'preocupante' [essas aspas são ótimas...], segundo analistas, foi a taxa comparada com abril de 2012 voltar ao menor patamar de crescimento (1,6%) desde 2003, quando o país vivia um período de contração forte da economia. Para o Itaú [ops, aí vem uma análise imparcial] , a 'principal surpresa' negativa veio das vendas de supermercados (queda de 0,5% ante março). Isso porque, diz o banco, os números da Abras (associação de supermercados) apontavam para um crescimento de 0,6%. Diante disso, a instituição diz que o 'resultado pode reduzir um pouco a nossa estimativa para o Índice de Atividade Econômica do Banco Central', que será divulgado amanhã e cuja previsão inicial era de alta de 0,7%."
Agora, o ponto alto da nota em tom de tragédia: "Para Fábio Bentes, economista da CNC (Confederação Nacional do Comércio), o dado de abril 'foi muito fraco' e coroou um 'primeiro quadrimestre muito ruim para o comércio'. O principal motivo para a piora, diz, é a inflação mais alta. A entidade revisou para baixo sua projeção para o setor neste ano devido ao fraco resultado do primeiro quadrimestre, de alta de apenas 3% nas vendas. Até sair o dado de abril, a estimativa era de expansão de 4,5% a 5%. Agora, passou para uma faixa de 4% a 4,5%  - em torno da metade do crescimento de 8,5% observado pelo IBGE em 2012." A seguir, um verdadeiro samba do crioulo doido, de fazer o saudoso Stanislaw Ponte Preta se remexer no túmulo: "Bentes disse que parte da desaceleração do segundo semestre de 2012 se deve ao esgotamento da política de incentivos fiscais do governo à compra de veículos e eletrodomésticos - que seriam retirados gradualmente neste ano, mas acabaram por (sic) prorrogados. Apesar dessa política de estímulo lançada em 2008 já não mostrar a mesma eficácia de anos anteriores, o ramo de veículos registrou expansão de 22,4% ante abril de 2012 por conta do maior número de dias úteis naquele mês em 2013 e também da renovação do IPI reduzido, que levou a promoções das distribuidoras de automóveis. Já o setor de eletrodomésticos avançou 9,2%, também na esteira do incentivo. Outro setor que melhorou em abril foi o de combustíveis, com alta de 8,3% na comparação anual graças aos preços mais baixos de gasolina e etanol por conta da safra maior de cana-de-açúcar e da maior oferta de álcool no mercado. O derivado de petróleo recebe 25% do biocombustível em sua composição. Por isso, seus preços também recuaram."
Alguém entendeu? A política de estímulos não mostra mais a mesma eficácia, mas os setores "estimulados" vão muito bem, obrigado...
A notícia da Folha teria tudo para ser ela própria uma pequena farsa, não fosse a notícia de que o movimento de vendas no comércio na semana que antecede o Dia dos Namorados, entre os dias 6 e 12 de junho, aumentou 7,72% em relação ao ano passado, segundo  números divulgados com base em dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e divulgados pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). Com essa informação, a nota folhesca se transforma na própria tragédia!
Segundo a CNDL, o aumento foi maior do que o previsto pelos lojistas, que esperavam um crescimento de 5% no volume de vendas. No entanto, no ano passado, o indicador havia registrado uma variação positiva de 9,08%. Segundo o presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Junior, apesar de o varejo ter registrado uma desaceleração em relação aos últimos dois anos, o crescimento de 2013 ainda é considerado positivo. A CNDL informou ainda que o Dia dos Namorados é a terceira data mais lucrativa para o comércio, ficando atrás somente do Natal e do Dia das Mães.
O gasto médio do consumidor brasileiro chegou a R$ 100 e os produtos mais procurados foram os itens de vestuário, calçados, perfumaria, floricultura, joias e bijuterias. (Com informações da Agência Brasil)

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