quarta-feira, 26 de junho de 2013

Combate à corrupção vai além dos slogans


Gritar nas ruas "abaixo a corrupção" não é algo difícil de ser feito.
Também não exige muita prática ou conhecimento dar declarações demagógicas sobre o assunto, como costumam fazer os parlamentares que integram a turma do contra.
Tudo isso faz parte do que se costuma definir como "jogar para a plateia".  Não traz nenhum resultado prático em favor da luta contra esse câncer que corrói o organismo social, a não ser a promoção pessoal do "indignado".
O combate à corrupção é algo muito mais sério do que esgoelar refrões e slogans batidos, muito mais profundo do que caprichar nas caras e bocas em frente às câmeras de TV.

Exige, quando se pretende realizar um trabalho sério, profundo, que dê resultados, muito dinheiro, investimentos pesados em pessoal e estrutura.
A turma que leva esses cartazes anticorrupção de português trôpego aos "protestos" de rua, tenho certeza, nem sabe ao certo o que é corrupção, nem sabe que muitos de seus integrantes a praticam e a veneram como uma das grandes virtudes do ser humano.
O combate sistemático, intenso e profissional à corrupção no serviço público federal no Brasil completou 10 anos no dia 28 de maio - nesse dia, no ano de 2003, foi criada a Controladoria-Geral da União, a CGU.
Vinculada diretamente à Presidência da República, a CGU é o órgão central do Sistema de Controle Interno do Governo Federal, sendo responsável, também, pelas funções de correição, de ouvidoria e de prevenção e combate à corrupção. Suas ações envolvem desde a orientação aos gestores para o aperfeiçoamento da gestão, até as medidas repressivas aos atos de improbidade e corrupção. 
O aumento da transparência, o incentivo ao controle social dos gastos do governo federal e o uso estratégico da informação por parte da administração são elementos centrais do trabalho da CGU, que, nesses anos de atuação, tem buscado se integrar aos diferentes órgãos de defesa do Estado, bem como aos diversos organismos e instituições internacionais para formular  estratégias para enfrentar um problema que afeta todos os países.
Uma visita ao site da CGU, também responsável pelo Portal da Transparência, seria uma experiência didática para os "protestantes" e para a turma do contra.
Lá, eles poderiam, por exemplo, ficar sabendo que só neste ano, até o mês de maio, 225 funcionários públicos foram punidos com demissão, cassação de aposentadoria, destituição e perda da função pública - desde 2003, o número de servidores que receberam essas punições soma 4.349.
O governo federal tem inúmeros problemas, faz muitas coisas erradas, e entre elas uma das mais graves é a sua completa incapacidade de informar os cidadãos sobre os serviços que presta, como esse da CGU.
E se a população fosse minimamente informada dos recursos de que dispõe para acompanhar e fiscalizar as ações governamentais, certamente a noção de cidadania seria bem mais ampla do que hoje, o que poderia amenizar a antipatia de certos setores sociais com o Executivo federal.

6 comentários:

  1. Bravo! Não precisamos reinventar a roda, basta desempená-la! rs Abraços!

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  2. O slogan era por um Brasil decente. Faz quase 10 anos e onde está esse Brasil decente?

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    1. Você não sabe, porque não se informa corretamente.
      Mas como desejo que jovens (suponho que você o seja) como você fiquem bem informados sobre o que é um Brasil decente, apresento-lhe algumas comparações. Elas colocam a época FHC pois foi o Presidente anterior ao governo do PT. Veja como era até 2003:

      a) inflação 2003: 12,7%; b) dólar 2003: R$ 3,60; c) PIB 2002: 1,42%; d) taxa de desemprego 2002: e) 12,6%; reservas internacionais 2002: U$ 36 milhões; f) taxa de mortalidade infantil 2002: 35,87%; g) redução da pobreza desde 2002: 50,6%.

      Essa comparação, até um cego pode fazer, o que não é o seu caso (sem ironia).

      Se você acha que antes era melhor, proteste.

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  3. Motta, não resisti e citei seu artigo lá no antipig.

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  4. Corrupção: a coisa tá ficando feia para o Brasil. Pelo que o PIG mostrava, fazia parecer que essa praga só existia quando vinha de pessoas do PT (que diga o mensalão).
    No entanto, o rei está nu, pois escândalos como a Privataria Tucana; das sangue-sugas; do mensalão mineiro/tucano; o tucanoduto do metrô de SP; o Globogate (sonegação da GLOBO); O escandalo do cachoeira; O mensalão do DEM; etc, parecem querer desmentir o que o PIG escondia e o povo passivamente, aceitava a mentira como verdade, senão, o que são esses escândalos? em que resultaram? Quem disse que há justiça imparcial no Brasil?
    A pergunta que não quer calar: onde estavam as organizações públicas de Fiscalização do Patrimônio Público e Controle, como: Câmaras de Vereadores dos municípios? onde estavam as Assembléias Legislativas dos Estados? As Controladorias Gerais da União e dos Estados? O CN (Câmara Federal e Senado), porque permitiu isso chegar onde chegou? Os Tribunais de Contas da União e dos Estados, que não viram nada? Onde estavam a PF e as Polícias Estaduais, a PGR da União e as PGEs dos Estados? Por que não agiram proativamente, em defesa do patrimônio da pátria?
    Não seriam todos, proporcionalmente, às competências de cada um, co-responsáveis por esses crimes? Fale e se manifeste, sociedade brasileira, já que tudo hoje é resolvido com manifestação, taí bons temas e motivos, para que o povo não saia mais das ruas.
    Mas, até manifestação, para que seja legítima, legal e democrática, necessário se faz que os manifestantes sejam responsáveis e se informem antes, através da CF, CEs e Leis Orgânicas dos municípios sobre as competências de cada organização pública, e a partir daí, sistematizem seus pleitos legítimos, com conhecimento de causas das ações e não só, amparados nas conseqüências dessas, para direcioná-los e solicitarem soluções, amparadas em alternativas lógicas a serem apresentadas, aos órgãos e autoridades certas, sem vandalismo e respeitando os direitos dos outros.
    Ocorrendo vandalismo de patrimônio público ou privado, os responsáveis têm sim, que serem detidos, identificados, e responsabilizados pela polícia, para prestarem conta de seus atos, à justiça.
    São as nossas sugestões.

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