sábado, 30 de março de 2013

Bibelôs

“Eu não admito funcionário com filho pequeno. Infelizmente. Porque é uma carga que não vou poder ter. Da mesma forma em que no meu escritório não admito moças que vão ficar grávidas. ”
A frase é da socialite Regina Manssur, que segundo relato do portal IG  "está preocupadíssima com a aprovação da Lei das Domésticas pelo Congresso, na última terça-feira (26)". Diz ainda a nota: "Com cinco empregados fixos em casa, a advogada participante do programa 'Mulheres ricas' da TV Bandeirantes afirma que a legislação trabalhista brasileira 'é paternalista'. Segundo ela, o excesso de direitos pode pesar no orçamento dos patrões e resultar em demissões".
O fim da nota é uma pérola: "'Nem todo patrão é ruim e nem todo empregado é vítima', defende Regina, que sugere o uso de livro-ponto para controlar os horários desses profissionais e até câmera para as donas de casa se resguardarem de processos trabalhistas."
Ler uma coisa dessas é extremamente didático.
Não é preciso recorrer a nenhum tratado de sociologia para entender como pensa a elite brasileira e a classe média que aspira se tornar parte dessa elite.
O processo civilizatório ainda não chegou a essas pessoas.
Elas vivem como se o mundo estivesse ainda dividido entre nobres e plebeus, senhores e escravos.
Desconhecem os princípios mais elementares em que
se baseia uma democracia.
Vivem em outro mundo, em outro tempo.
Passam pela vida sem entender sequer o que diferencia
o homem dos animais.
Comportam-se como predadores, sempre dispostos a abater os mais frágeis para saciar a imensa fome de poder
e fortuna que têm.
O interessante é que gostam de ser chamados de "empreendedores" - como se o progresso humano dependesse da sua cobiça e insensibilidade.
Mas não suportam o sucesso alheio, principalmente quando é conquistado por algum subalterno, alguém "inferior" a eles - um funcionário que muda de emprego para ganhar um pouco mais é considerado "traidor".
Muitos, como a tal advogada do programa "Mulheres Ricas" são tão ignorantes que não percebem que se expõem ao ridículo ao expressar o que pensam das relações humanas.
O mundo mudou, o Brasil, felizmente, está mudando.
Mas não para essa gente, que adora usar joias porque elas maquiam um interior oco, vazio e amoral.
São tal qual bibelôs cujo verniz dourado se desfaz
à mais sutil esfregadela.

Um comentário:



  1. Por estas e outras razões, tipo o Tass, é que deixei de assistir a Band. Estas peruas inúteis geram um mal estar tão grande que fazem muito mal. Que elas agora se divirtam no tanque , no lavatório e lavando banheiros para aprenderem a respeitar o ser humano

    ResponderExcluir