No fim do ano passado uma outra chuva fez com que meu prédio ficasse mais de um dia inteiro sem luz. Poucos dias depois a interrupção no fornecimento durou quase dez horas.
No extrato da conta, aquele cantinho reservado para o registro de ocorrências desse tipo, estava em branco. Ou seja, além de incompetente, a Eletropaulo é mentirosa.
Esses apagões acontecem com uma frequência assustadora onde eu moro. Presumo que eles se repetem em vários outros locais da cidade. Apesar disso, o noticiário dos jornalões insiste em ver uma crise de geração que absolutamente não existe no país. O que existe, de fato, são, como no caso da Eletropaulo, empresas que não estão nem aí com o consumidor, com o público que atendem, que não investiram e não investem o suficiente na ampliação e sequer na manutenção da rede de distribuição.
Li, não sei onde, que a Eletropaulo, no temporal de quinta-feira, havia colocado 2 mil funcionários na rua para restabelecer o fornecimento nas inúmeras regiões da capital que entraram em colapso. Não acredito nisso. Se fosse verdade, em menos de três horas a energia teria voltado ao meu prédio - o trânsito, a eterna desculpa para a demora do atendimento, já estava praticamente normal na cidade.
Mas a quantidade de funcionários que a Eletropaulo tem não importa. Importa mesmo é que ela faça um trabalho preventivo para evitar que, a cada chuva, os paulistanos sejam vítimas desses blecautes.
No caso do meu bairro, bastaria podar, periodicamente, as centenas de árvores das ruas, coisa que não é feita: as copas estão enormes, os galhos caem a qualquer chuva ou ventania mais forte, quebrando os fios.
E, se não for possível fazer nem isso, pergunto por que a Eletropaulo não acaba de vez com essa fiação aérea que tantos problemas causa.
Para isso, porém, a empresa precisaria investir um bocado de dinheiro. E aí...
Bem, aí é outra conversa, num nível muito acima do da Eletropaulo, essa porcaria que a privataria tucana enfiou goela abaixo dos paulistanos e da qual a gente não pode se livrar.
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