segunda-feira, 28 de maio de 2012

O desespero, o pavor


Quando a gente acha que viu tudo nesta vida, surge essa história do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal federal, capa da revista Veja desta semana.
Ninguém duvida mais que a publicação construiu um mundo próprio, à parte deste em que vivemos. E nesse universo de fantasia, fabrica enredos que sustentam seus delírios de poder.
Até agora, com a ajuda de velhos companheiros de luta, tem-se dado bem: assassina reputações, semeia o pânico nas hostes do inimigo, dribla impune as penas da lei, e zomba do simulacro de Justiça que o país ostenta.
Desafia, em sua megalomania, autoridades e instituições.
Exibe a coragem dos dementes, mostra a força dos insanos e a determinação dos camicases.
Mas tamanha demonstração de ousadia não seria tão somente o grito do afogado, o desespero de quem sabe que está prestes a ver todo o seu império desmoronar?
Toda a arrogância, a prepotência, esse cinismo incessante e impertubável, tudo isso não demonstra apenas o mais antigo dos sentimentos do homem - o pavor diante do inexorável?

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