segunda-feira, 21 de maio de 2012
Argumentos descartáveis
Domingo à noite assisti a um trecho de um programa que discutia os prós e contras do banimento das sacolinhas de plástico gratuitas dos supermercados paulistas, uma medida tomada pela associação do setor em cumplicidade com autoridades públicas. Algumas coisas que os defensores da proibição - representantes do Instituto Akatu, uma ONG que diz defender o consumo "sustentável", e, é claro, dos supermercadistas - falaram me deixaram com o cabelo em pé, figurativamente falando: poucas vezes vi tantas bobagens serem ditas em tão pouco tempo e com tanto cinismo.
O sujeito que representava o "consumo consciente" bateu todos os recordes de um besteirômetro imaginário ao afirmar que, no futuro, as pessoas acabarão usando sacos grandes para pôr o lixo doméstico, e isso vai diminuir a quantidade deles à solta no nosso planeta. Falou isso sem dar nenhuma indicação de como chegou a essa conclusão, se foi com base em algum tipo de pesquisa, se lastreado na sua experiência nesse campo da chamada "sustentabilidade", ou, simplesmente, se isso é mais um dos milhares de achismos que existem por aí.
A outra afirmação do camarada coroou a sua participação no programa: segundo ele, também no futuro, os supermercados vão baixar os preços dos produtos em geral devido à economia que fazem ao não mais fornecer gratuitamente os saquinhos plásticos aos fregueses. E ele falou isso sério, sem usar de nenhuma ironia, como se de fato acreditasse na bondade dos supermercadistas. Inacreditável.
Foi difícil para o representante dos empresários superar o seu companheiro, mas bem que ele tentou, ao confirmar que a economia proporcionada pelo banimento das sacolinhas chega a R$ 200 milhões anuais, mas que esse valor, para os supermercados, é pouca coisa, uma titica, não representa nem 1% do faturamento.
O que ele convenientemente se esqueceu de falar foi por que, se os R$ 200 milhões são irrelevantes, os supermercados não usam o dinheiro para dar à clientela uma opção decente às sacolinhas, para que as pessoas não tenham de usar aquelas caixas imundas ou se vejam obrigadas a gastar mais na compra da tal "sacola ecológica".
No fim, o programa não esclareceu os motivos reais que levaram os supermercados a acabar com as sacolinhas, que é o mais trivial de todos: um jeito de turbinar os lucros.
Pelo menos, porém, ele deixou claro que os defensores da medida não têm argumentos lógicos para defendê-la, e que usam apenas meia dúzia de clichês decorados de manuais ambientalistas para justificar a violência que cometeram contra os consumidores.
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Só sei de uma coisa, não frequento mais supermercados que não fornecem sacolinhas plásticas grátis; descobri que o papel higiênico é mais barato nas farmácias; descobri também que os chamados mercadinhos, têm um monte de produtos que dão de dez a zero nos chamados 'mercadôes'. Abracetas amigos
ResponderExcluirSe todos os inconformados com o golpe dos supermercados tomassem uma atitude como a sua, Adir, os espertos empresários não estariam rindo à toa, como devem estar agora, com o aumento de lucro que estão obtendo com esta história toda. As pessoas precisam saber que existe vida além de Carrefour, Pão de Açúcar, Walmart... Eu estou fazendo a minha parte.
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