quinta-feira, 22 de março de 2012

Velocidade mínima


Se há uma coisa que não entendo é essa fixação do motorista brasileiro pela velocidade. Parece que cada um deles tem um Senna adormecido, que desperta tão logo dá a primeira acelerada no carro. E aí, então, é cada um por si e deus para todos, é um salve-se quem puder, é toda essa barbaridade que se vê no trânsito das cidades e nas estradas, com as suas consequências inevitáveis: acidentes, atropelamentos, mortes.
Leio que o governo paulista vai, a partir de 2013, mudar a forma de fiscalizar essa legião de pilotos de F-1 com a qual nós, as tartarugas do trânsito, temos de conviver. Junto com a mudança da forma de cobrança do pedágio para quilômetros rodados, que obrigará a instalação de sensores nas rodovias, haverá a fiscalização dos apressadinhos, aqueles que correm a 200 km/hora e desaceleram metros antes do radar. Com o novo sistema isso não será mais possível de ser feito, dizem as autoridades do trânsito.
Se a notícia for verdadeira, dou os parabéns a quem teve essa ideia. Estrada não é pista de corrida, rua não é lugar para brincadeiras. O carro é uma das armas mais mortais que existem e as estatísticas estão aí para mostrar que ele está fazendo cada vez mais vítimas.
Outro dia ouvi alguém no trabalho dizer que acha muito baixo o limite de velocidade das ruas paulistanas. "Tem hora, de madrugada, por exemplo, que as avenidas estão livres, e não há razão de andar a 60 km/hora", disse o rapaz, que recebeu o apoio de outros colegas.
Infelizmente, muitos pensam como ele, acham que a sinalização de trânsito é apenas decorativa, que as placas estão ali só para enfeitar as ruas. E que, se não há nenhum carro à frente, o negócio é acelerar.
Eu já acho exatamente o contrário. Procuro respeitar a sinalização porque entendo que, se ela está ali, não é de graça, alguém, mais entendido que eu dos perigos do trânsito achou por bem colocá-la, indicando, por exemplo, que o limite de velocidade é 60 km/h.
A rua pode estar com poucos carros no momento, mas quem garante que não vai aparecer algum pedestre a atravessando, ou que algum carro vai cruzá-la, ou então que vou passar por algum buraco?
Acidentes acontecem, não é o que dizem?
Por essas e por outras acho que quanto menor a velocidade permitida, quanto mais sinalizadas e fiscalizadas as ruas e as rodovias estiverem, quanto mais multas forem aplicadas nesse pessoal que pensa que é piloto de F-1, melhor para todos nós que queremos ter uma vida longa.
Cautela a canja de galinha não fazem mal a ninguém, não é o que dizem?

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