A melhor notícia da semana passada foi a que dizia que a presidente Dilma Rousseff resolveu acabar com essa história do "toma-lá-dá-cá" em seu governo, depois do vexaminoso episódio da saída do PR, que mantinha o Ministério dos Transportes, da base aliada.
Se for verdade, pois é preciso muita cautela com o que se lê nos jornalões, a notícia é uma bomba.
O raciocínio de Dilma é que, com a aprovação popular ao seu governo, não é mais necessário ceder a todas as chantagens dos partidos que se aliaram a ela por cargos.
O único problema dessa estratégia é que o governo precisa mostrar ao público, aos eleitores, quem é o bandido e quem é o mocinho da história.
E para isso tem de montar um plano de comunicação eficiente, tem de romper a barreira que os jornais, as revistas, as rádios e as emissoras de televisão montaram contra os governos do PT, desde que o partido existe, e que está de pé até hoje.
Em resumo, o governo precisa ser corajoso para enfrentar os tubarões da mídia.
E, infelizmente, até agora, não fez nada para furar esse bloqueio, não dá uma mísera demonstração de que pretende se impor frente a essa verdadeira avalanche de contrapropaganda, que já dura tanto tempo.
Não se ouve nada de concreto, apenas boatos, sobre a intenção de se estabelecer um novo marco regulatório para o setor de comunicações.
Não se escuta nada sobre como se firmar uma política de informação que rompa com a ditadura imposta pelas famílias que dominam o setor no Brasil.
Parece que o governo inteiro não só tem medo dessa gente, como faz tudo para agradá-los, tratando o inimigo com mil afagos, milhares de demonstrações de carinho, e, principalmente, verbas bilionárias.
É um contrassenso total, uma coisa de maluco.
A presidente Dilma pode fazer um gol de placa se realmente estiver disposta a estabelecer um novo paradigma para um governo de coalizão de verdade - o que temos no momento é apenas uma aberração.
Mas para tanto depende muito mais de sua vontade de enfrentar os zagueiros na base da força física do que dos dribles.
A bola está com ela.
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