sábado, 10 de março de 2012

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O que se viu em São Paulo nesses últimos dias - imensas filas de carros nos postos de gasolina devido à greve dos caminhoneiros - é apenas um sinal dos que vem por aí e um reflexo de anos e mais anos de completo desgoverno.
A opção criminosa pelo transporte individual, com bilhões gastos em obras que beneficiam apenas os carros, faz agora efeito, um efeito que não pune apenas quem se vale desse meio de locomoção, mas todos os habitantes da metrópole que são obrigados a andar em ônibus inseguros, desconfortáveis, lentos, sujos e lotados, ou no metrô, que já há algum tempo também se mostra inviável.
Em pouco tempo, não há dúvida nenhuma, São Paulo vai parar, com suas ruas completamente cheias de veículos, como se tivesse se tivesse sido vítima de um enfarte.
E como a ficha ainda não caiu, como as "autoridades" ainda não entenderam o que está por vir, as gambiarras para melhorar o trânsito vão se sucedendo - e vão fracassando, uma a uma.
Claro que é preciso, por exemplo, limitar o tráfego dos caminhões pesados. Claro que o rodízio é necessário. Claro que, em breve, o pedágio para a circulação no centro terá de ser adotado.
Todas são medidas inevitáveis, mas de alcance limitado.
A solução, qualquer um sabe, está em inverter as prioridades, investir pesado, mas muito mesmo, nos corredores de ônibus, na expansão das linhas do metrô, em equipamentos modernos, como semáforos inteligentes, em pessoal treinado - e por aí vai.
Mas para isso é preciso, além de dinheiro, vontade política, coisa que os nossos queridos governantes não têm.
Para eles é preferível construir e inaugurar uma bela avenida onde passarão os carrões de seu público preferencial.
Dá mais visibilidade, é fácil de filmar e fotografar.
E de superfaturar, de cobrar uma "caixinha", de dirigir uma licitação, de fazer essas coisinhas todas que tornam a administração pública uma atividade muito disputada pelos políticos e picaretas em geral.
O paulistano terá, este ano, mais uma oportunidade de mostrar que não está satisfeito com a maneira como os governantes vêm tratando sua cidade.
Resta esperar o resultado da eleição. Há, basicamente, duas propostas para escolher.
Infelizmente, existem interesses muito fortes para que tudo continue como está.

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