sexta-feira, 30 de dezembro de 2011
Vamos a la playa
A avenida que costumeiramente está cheia de carros mostra raros passantes neste momento.
Um sol fraco tenta romper a barreira de poluição da cidade.
Os títulos das notas dos portais informam que as estradas, para o litoral e para o interior, estão lotadas.
Ontem, a dona da mercearia da esquina perguntou se eu já estava preparado para ir à praia. Disse que não, que a perspectiva de passar horas numa estrada, em meio a um congestionamento, me assustava. Ela então emendou que por nada neste mundo deixaria de ir à sua casa, em Mongaguá, demorasse quanto demorasse a viagem.
- Já saio preparada para isso. Nem me importo se demora cinco horas ou não.
Na redação, a expressão de ansiedade das pessoas para o dia terminar era evidente. A pergunta de todos era se o fim de semana seria de sol. Alguns procuravam nos mapas do Google caminhos capazes de driblar os percalços da volta inevitável.
Na segunda-feira serão também inevitáveis os comentários sobre o anda e para na Imigrantes, sobre a multidão nas praias do litoral norte, os preços absurdos da cerveja, a sujeira que está tudo aquilo...
Afinal, todo fim de ano é assim.
E cada vez mais o paulistano, esse indivíduo que diz amar a sua cidade, apesar de tudo o que de ruim encontra nela em cada dia de sua vida, acha um motivo para se livrar da metrópole.
Com suas artérias entupidas e à beira de um colapso terrível, um infarto fulminante, São Paulo expele para fora de seus limites milhões de toneladas de aço e plástico que poluem seu ar de gás carbônico e ruído insuportável.
A nova classe média, que antes da ascensão se ajeitava como podia em ônibus, vans ou mesmo caronas para a aventura do Revéillon, hoje acelera feliz o último modelo que paga em intermináveis prestações, desfruta do milagre proporcionado pelo "consumo interno" abençoado por economistas de vários matizes.
O mundo europeu enfrenta frio, desilusão e desesperança. Nós, os "emergentes", esquecemos os dissabores na estrada, rumo à praia.
Um ano novo está prestes a chegar. Carregando nos seus dias imutáveis os mesmos velhos problemas e as sempre adiadas soluções.
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Um bom 2012 para você e aos seus.
ResponderExcluirAbracetas, amigo.
Valeu, grande Adir!
ResponderExcluirTudo de bom para você também.
E que 2012 faça valer a pena a espera!
Abraços,
Motta
Feliz 2012, Motta! Tudo de bom para você e seus familiares.
ResponderExcluirAbraço,
Luiz Alberto Pandini
Feliz 2012, Motta! Tudo de bom para você e seus familiares.
ResponderExcluirAbraço,
Luiz Alberto Pandini
Muito obrigado, Pandini. Tudo de bom para você também. Grande abraço,
ResponderExcluirMotta