quinta-feira, 6 de outubro de 2011

O hábito do cachimbo


Um amigo me escreveu dizendo que eu deveria ler o artigo publicado no FT sobre o Brasil. Assim, veria que é uma bobagem essa história de ficarmos dando conselhos aos europeus.
Li o artigo. Encontrei nele uma série de chavões colonialistas, um tom absolutamente ressentido, e nenhum argumento que pudesse concluir que o Brasil não tem nada a ensinar à turma lá de cima.
De onde partiu, não se poderia esperar outra coisa. Os ingleses, responsáveis pelo FT, em particular, têm bons motivos para se sentir ultrajados pelas opiniões da presidente Dilma Rousseff.
Afinal, nos últimos tempos, foram relegados a um segundo plano incômodo, quase vexatório, no cenário mundial, patinando economicamente e se tornando, politicamente, uma mera linha auxiliar dos interesses americanos.
O Brasil, em contrapartida, se elevou notavelmente no conceito dos povos, e hoje faz parte da direção das mais importantes entidades e é protagonista de praticamente todos os fóruns internacionais relevantes.
Dá para entender o artigo do FT. É simplesmente fruto da inveja de quem, por genética ou por herança cultural, não concebe a ascensão de quem não seja "nobre", um seu "igual".
Interessante é ver que todas as manifestações dessa tal "nobreza" nada mais são agora que um símbolo de um poder perdido faz muitos anos, por excesso de arrogância e a mais completa ignorância sobre o curso da história.
Diz um ditado popular que o hábito do cachimbo faz a boca torta: ele cai como uma luva para a autora do tal artigo.
Quanto ao meu amigo, sinto muito por ele não ter ainda se livrado do maldito complexo de vira-latas que ainda, e apesar de tudo, domina muitos dos bons brasileiros.

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