terça-feira, 18 de outubro de 2011
A miséria paulista
Com anos de atraso, o Estado de São Paulo se une ao governo federal no esforço de acabar com a miséria, assinando um termo de adesão com as cem cidades paulistas de menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) para localizar famílias que vivem em condições de extrema pobreza, ou seja, com renda per capita mensal abaixo de R$ 70. O objetivo é inserir quem estiver abaixo dessa faixa de rendimento em um projeto de erradicação da pobreza, transferindo renda com a integração dos programas Renda Cidadã, do governo estadual, e Bolsa Família, do governo federal.
Em agosto, os governos estadual e federal assinaram termo de cooperação para instituir o cartão único, reunindo os dois programas. Na ocasião, foi criado o projeto denominado Pacto Brasil sem Miséria Região Sudeste, pelo qual cada integrante de pelo menos 300 mil famílias que não atingem a renda mensal R$ 70, no Estado, têm garantido esse valor para cada um da casa.
A primeira etapa do projeto é o Retrato Social, uma espécie de censo que localizará as famílias nessa situação. Com esses dados, será elaborado o Mapa da Privação Social, que servirá para a cidade elaborar a Agenda da Família nas áreas de educação, saúde e padrão de vida da população. As ações serão iniciadas em 2012 com as cem cidades de menor IDH do Estado e, em 2013, serão incluídos 480 municípios. Os 65 municípios da região metropolitana de São Paulo serão inseridos em 2014.
O governador Geraldo Alckmin explicou que, no primeiro momento, os visitadores que percorrerão as casas em busca das famílias a serem atendidas pelo projeto serão treinados. “Vamos pagar para as prefeituras municipais. Estamos investindo R$ 1,3 milhão nesse trabalho que pretendemos concluir até dezembro.” Terminada a etapa da busca ativa, as famílias começam a receber o complemento financeiro para sair do conceito de miséria. Para Alckmin, o mais importante no trabalho de identificação será a observação que se fará das condições de vida das famílias. Segundo ele, em São Paulo, há cerca de 1 milhão de pessoas abaixo da linha da pobreza.
Na lista das cidades mais pobres do Estado, uma curiosidade: duas delas, Itaquaquecetuba e Francisco Morato integram a Região Metropolitana de São Paulo, são cidades-dormitórios, exemplos perfeitos do crescimento desordenado, desigual e injusto propiciado pela política neoliberal desenvolvido há décadas pelos tucanos que se revezam no governo estadual.
E, convenhamos, é uma vergonha que o Estado mais rico da federação, que já foi chamado de "Locomotiva do Brasil" e cuja capital ostenta com orgulho em seu brasão o "Non ducor, duco" ("Conduzo, não sou conduzido"), tenha, conforme o seu próprio governador, 1 milhão de famílias vivendo na miséria.
Se alguém ainda tem dúvidas dos males que o capitalismo sem freios pode fazer ao ser humano e à vida no planeta, basta acreditar nas palavras do governador. (Informações da Agência Brasil)
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