Eu, que conheço um pouco o dito cujo, e sei que ele não é nenhum imbecil, fiquei pasmo. Afinal, pensei, como é que um sujeito que trabalhou quase a vida toda numa das mais conservadoras empresas jornalísticas do país, com interesses explícitos em defender a ideologia neoliberal, pode achar que ela - ou outra do mesmo naipe - representa o jornalismo em sua essência ?
Lembrei de algumas coisas que vi e vivi em quase duas décadas de trabalho diário num desses nossos jornalões para ter a certeza absoluta que o jornalismo ali praticado não era nem livre nem independente. Ao contrário: era apenas a expressão dos sentimentos de seus donos, que por sua vez representavam os da classe dominante - empresário, banqueiros, ruralistas.
Nada de liberdade de expressão, nada de independência.
Claro que o nosso jornalista em questão sabe disso. Se diz o contrário e defende com tenacidade esse modelo de imprensa que existe no país é porque está integrado há muito no sistema, cresceu nele, nele prosperou e construiu a sua vida. Tem razão, portanto, para defendê-lo tanto.
Como ele existem muitos por aí. Gente que, anos atrás, pregava a revolução, implorava por um mundo mais justo, chorava pelos miseráveis e inflamava a audiência com seus discursos, hoje escreve as maiores barbaridades contra o governo, xinga de todos os nomes quem se diz de esquerda, despreza as mais elementares normas da educação e atropela todas as regras do jornalismo - tudo em nome da imprensa livre e independente.
Que fiquem lá com suas convicções. Eu, por mim, quero apenas distância desse tipo de liberdade e independência.
Vou ali vomitar e já volto!
ResponderExcluirMas quem são os caras.Fiquei curioso.
ResponderExcluirAcho que mais importantes que os caras é a atitude deles.
ResponderExcluirO caso específico é só um exemplo. As identidades não têm importância. O que importa é a forma como agem.
Abs.
Prezado Motta
ResponderExcluir99% dos jornais e jornalistas formam o PiG (na Vila Vudu e na redecastorphoto chamamos de GAFE - Globo, Abril, FSP e Estadão a parte que representa 90% do PiG). O 1% restante é composto pelas infáveis exceções que apenas confirmam a regra geral. Note que não faço diferença entre "cores" políticas...
Abraço
Castor