quinta-feira, 17 de março de 2011

Conversa entre iguais


A visita de Barack Obama ao Brasil marca uma mudança importante no relacionamento Brasil-Estados Unidos. Apesar dos ares de popstar do presidente americano, ele, tudo indica, não virá ao país para impor nada, apenas para negociar alguns temas relacionados ao comércio e, principalmente, mostrar a Dilma Rousseff que considera  o Brasil não só uma liderança regional, mas mundial.
Obama, é certo, já não encanta as multidões com o charme da novidade e de alguém que carregava as esperanças de levar à Casa Branca uma renovação, antes de tudo, no modo americano de encarar a política. Infelizmente, para ele, para os cidadãos de seu país e para o mundo todo, acabou cedendo ao status quo e dá mostras evidentes que conta as horas para deixar o cargo.
Mesmo assim, é notável que venha ao Brasil com uma humildade que contrasta com a arrogância de outros presidentes americanos que cá estiveram, principalmente para ações de "public relations", sem nenhuma agenda minimamente aproveitável.
Obama vem tratar com Dilma do comércio entre Brasil e Estados Unidos, que se deteriorou nos últimos tempos, vem negociar algo que possa ajudar a finalizar a Rodada Doha de liberalização comercial, patrocinada pela OMC, vem procurar saber dos planos do país para a exploração da camada de petróleo do pré-sal, vem, enfim, tratar de negócios entre dois parceiros que observam sua relação esfriar, mas que têm interesse em se reaproximar.
A diplomacia brasileira nunca pretendeu se afastar dos Estados Unidos. Isso ocorreu circunstancialmente, devido ao papel que o país passou a assumir no mundo, como um protagonista das principais ações e não apenas como mero coadjuvante, graças à liderança forte e carismática do ex-presidente Lula.
Agora, ao tratar o Brasil como um igual e não um subalterno, os Estados Unidos dão um passo adiante na gigantesca tarefa de ajudar o mundo a se tornar um lugar melhor para se viver.

Um comentário:

  1. Só vai querer o pre-sal e a reativação da ALCA.

    Realmente, isto não é NADA.

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