O Estadão demitiu ontem mais de 20 jornalistas, apesar de viver, segundo ele próprio alardeia, um momento de prosperidade. O diretor de Conteúdo, Ricardo Gandour, explicou, para o newsletter Jornalistas&Cia, que os cortes foram motivados pela necessidade de o grupo manter, no campo orçamentário, a mesma excelência que exibe no jornalismo, a fim de garantir a saúde financeira necessária aos investimentos que pretender fazer.
Palavras bonitas, sem dúvida. Mas que não explicam nada. Periodicamente, o Estadão promove passaralhos desse tamanho, grandes, viçosos, exuberantes em sua voracidade de cortar cabeças.
E isso vem de longe, se tornou um hábito na empresa, que, nos últimos tempos parecia ter se recuperado dos graves problemas financeiros que quase a derrubaram, causados, em grande parte, pelas dívidas contraídas na euforia do dólar barato do Plano Real. De lá para cá, a redação passou por um processo permanente de enxugamento de custos, com a demissão de funcionários mais antigos - e mais custosos - e o preenchimento das vagas com salários mais baixos.
O problema todo do Estadão e seus concorrentes é que são empresas apenas voltadas para obter lucro, como seu próprio Código de Ética e Conduta explicita. Nele está escrito que a missão do conglomerado é ser "um grupo empresarial rentável nos setores de informação e comunicação, nos segmentos de jornalismo, de serviços de informação, divulgação de publicidade, entrenenimento e serviços gráficos".
No texto do tal código há ainda um parágrafo sobre o dever de "defender os princípios da democracia e da livre iniciativa" e nada sobre os princípios básicos do jornalismo, enquanto atividade imprescindível ao desenvolvimento humano.
Claro que é mais fácil para um jornal fazer um bom jornalismo quando tem dinheiro. Para isso, porém, precisa acreditar que o seu maior capital são os seus profissionais, que sua matéria-prima é a informação bem apurada, bem escrita, bem editada. E que o lucro é uma consequência de um processo desenvolvido naturalmente, sem desvios de seu objetivo primordial, que é oferecer ao público a notícia na forma mais isenta possível de contaminações ideológicas.
Algo que, convenhamos, hoje em dia quase nenhum veículo de imprensa faz no Brasil.
Realmente, Mottinha, não se faz jornalismo sem jornalistas e um jornal que não conta com profissionais de qualidade perde a credibilidade. O passo seguinte é perder leitores e receitas. Isso vem acontecendo há tempos na grande imprensa tupiniquim.
ResponderExcluirFrase "perfeita" de quase todos os "patrões" direitistas: "...estou lhe mandando embora para seu próprio bem. Voce poderá crescer muito mais...". Mas, quem trabalha para estúpidos boçais direitistas, tem esse fim e, pior, sabem a regra do jogo deles. Vendem seus corações e mentes, para seus feitores e dá nisso. Quanto esses "jornalistas" destruiram e\ou tentaram destruir o Brasil e os mais pobres! Resta, por agora, solicitar aos partidos politicos de Esquerda que intercedam por eles. Ou, melhor, não encham o saco de ninguem e passar bem.
ResponderExcluirGraaaaande Motta
ResponderExcluirMas você tem a mesma ilusão do Dines (em boa companhia) de que existe jornalismo no Brasil. Não existe. Ponto Final. Não há bons profissionais, nem boas escolas e muito menos bons professores e menos ainda boas empresas jornalísticas.Só lixo. E lixo com "esprit de corps", sindicato e os cambaus.
O que subxiste, você p. ex., são exceções que confirmam a regra geral. Ah! Todos, bons e maus, tem blog e os maus são apoiados pelos patrões.
Abraço
Castor