segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Ingenuidade

Período de troca de governo é como férias no futebol: 99% do que se lê nos jornais são balões de ensaio, especulações, notícias plantadas, meros chutes ou lobbies descarados.
As listas dos ministeriáveis se sucedem, as medidas que o novo governo deve anunciar vão desde um severo corte de gastos à desoneração da folha salarial das empresas.
Vale tudo nesse exercício que beneficia alguns poucos e prejudica a maioria.
Claro que a nova presidente está compondo o seu ministério; claro que deve, assim que assumir, anunciar algumas medidas econômicas, principalmente para conter a valorização do real em relação ao dólar.
Seria ingenuidade, porém, supor que o conteúdo de tais ações vazasse da forma como colocam os jornalões.
A presidente Dilma, a julgar por essa imprensa, é, talvez, a mais ingênua das criaturas.
Justo ela, que oito anos atrás era uma simples desconhecida de todos, uma novata que chegou cheia de planos para compor um ministério do qual se esperava pouca coisa.
Hoje, se vê, de ingênua ela não tem nada.
Mas é bom que ela seja tratada assim.
Quando os jornalões se derem conta que a nova presidente sabe muito bem o que quer, o Brasil já terá um novo marco regulatório das comunicações, que transformará o país numa verdadeira democracia moderna.

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