Ouço um colega, pessoa das mais calmas e sensatas, comentar:
- Nossa, a Folha está parecendo o Estadão!
Ele, que já passou por aquela redação, completa o comentário:
- Não sei o que deu neles...
E vira a página, mudo.
É, esta campanha eleitoral pelo menos serviu para escancarar a partidarização da imprensa, algo que há muitos anos vinha ocorrendo, mas de uma forma mais discreta.
Agora, não. Agora, todos estão engajados em favor de uma única causa: derrotar Lula, o PT, e sua candidata presidencial.
É uma verdadeira guerra santa, sem regras, sem ética, um vale-tudo sangrento.
Pessoas que antes escreviam colunas ponderadas, repletas de nuances de raciocínio, hoje simplesmente fazem publicar panfletos sem a menor lógica, pura propaganda eleitoral - sem disfarces.
Descrevem um país sem leis, governado por um tirano cruel e inescrupuloso, "chefe de facção", como o definiu um ex-presidente, cercado por um bando de ladrões que querem se perpetuar no poder para assaltar os cofres públicos.
O mais interessante é que, enquanto esse bombardeio segue incessante, o país vive, indiferente, a sua rotina diária, produzindo, crescendo, com a população com mais dinheiro, mais emprego, mais esperança...
São dois países. Um imaginário, o outro, real.
Não é preciso ser nenhum gênio para saber qual deles sobreviverá a este período de loucura.
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