terça-feira, 6 de julho de 2010

O patrimônio de cada um

A campanha presidencial, segundo os ritos da Justiça eleitoral, começa apenas hoje. Claro que isso é um mero detalhe: ela move a ação dos políticos há muitos meses. Ontem, os partidos registram as candidaturas no Tribunal Superior Eleitoral, anexando os programas de governo, as previsões de gastos e o patrimônio dos candidatos.
O mais rico é o empresário Guilherme Leal, vice de Marina Silva, um dos donos da Natura, que declarou possuir R$ 1,2 bilhão - é muito dinheiro. Marina, ao contrário, disse que tem apenas R$ 150 mil em bens.
Dilma afirmou possuir um patrimônio de R$ 1 milhão; Serra, de R$ 1,4 milhão. O vice de Dilma, Michel Temer, declarou bens de R$ 6 milhões, e o vice de Serra, o tal Índio da Costa, de R$ 1,4 milhão - pouco para um mauricinho parente de banqueiros.
Mal das pernas mesmo está José Maria de Almeida, o eterno líder do PSTU, que tem apenas um carro que vale R$ 16 mil. E entre os nanicos, quem se deu bem na vida foi José Maria "um democrata-cristão" Eymael, que registrou na Justiça bens no valor de R$ 3,1 milhões.
Já quanto à previsão dos gastos de campanha, a pole position é da coligação tucano-pefelista, que diz que pretende gastar R$ 180 milhões. Os governistas acham que com a bagatela de R$ 157 milhões a fatura estará liquidada, enquanto os verdes, definitivamente, querem movimentar a economia: os gastos previstos atingem os R$ 90 milhões.
De todos os candidatos, salta à vista o valor do patrimônio que Serra declarou à Justiça. Num país que oferece tantas facilidades aos homens públicos, há somente duas hipóteses para ele ter amealhado um patrimônio tão modesto em décadas. A primeira é que ele é realmente um sujeito tão consciente de sua missão patriótica que se esqueceu completamente dos bens materiais. A segunda é que ele é simplesmente um cara de pau.

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