segunda-feira, 21 de junho de 2010

Emoções baratas

A cobertura jornalística da Copa do Mundo é um festival de bobagens, todos sabem disso. Os profissionais têm de alimentar sua redações com uma quantidade incrível de material. Nesse vale-tudo, a apuração é apressada e a edição, sacrificada.
Claro que não deveria ser assim, mas o que fazer? É preciso, antes de mais nada, manter o público "ligado" no maior evento esportivo do mundo.
Há casos, porém, em que a superficialidade poderia ser evitada. Nas transmissões de televisão e rádio, por exemplo, tudo é feito para que os locutores e comentaristas tenham todas as facilidades: recebem de suas produções farto material sobre as equipes, há tempo de sobra para estudá-lo e, assim, manter um nível aceitável de trabalho.
Não há, portanto, nenhuma explicação lógica para o fato de os dois narradores principais das redes abertas de TV, Globo e Bandeirantes, insistirem no festival de clichês, erros e patriotadas com que brindam o espectador. A não ser o mais simples dos motivos: eles simplesmente não sabem fazer outra coisa, estão ultrapassados e não entendem como o torcedor, que vê o jogo nos menores detalhes, pode prescindir de suas preciosas "informações".
O "Cala Boca, Galvão" não é um mero pedido. É, antes, um sinal que os tempos mudaram e o público exige ser tratado com mais respeito.

Nenhum comentário:

Postar um comentário