sexta-feira, 28 de maio de 2010

Diplomacia

José Serra não está sozinho na sua cruzada contra a razão. No seu notável esforço para isolar o Brasil diplomaticamente, atacando os argentinos, os iranianos e, mais recentemente, os bolivianos, cujo presidente acusou de ser cúmplice de traficantes, ele conta com a ajuda inestimável de ilustres colegas de partido.
Do jeito que vai, até o fim da campanha, os tucanos terão conseguido o feito de fazer inimigos em todos os continentes.
Como verdadeiros dinossauros, a turma do Serra endossa com a maior tranquilidade do mundo as barbaridades que o candidato da direita tem falado por onde passa.
Os exemplos são vários:
1) Para o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Eduardo Azeredo (PSDB-MG), o governo brasileiro tem sido "muito tolerante" em relação à Bolívia. De acordo com o senador, o tráfico de drogas tem aumentado muito no Brasil, o que representa "um drama para milhares de famílias". Para o tucano, pai do chamado "mensalão mineiro", grande parte da cocaína chega ao país proveniente da Bolívia e por isso ele sustentou a necessidade de o governo brasileiro ter uma posição "mais dura" em relação ao país vizinho. "O presidente Lula não tem uma posição mais dura por afinidades ideológicas com o presidente da Bolívia, Evo Morales. E nós precisamos ter uma política externa mais objetiva e menos ideológica", sustentou Azeredo.
2) "A Bolívia não é um país sério. O que atrapalha as relações é o tráfico", diz o senador Sérgio Guerra (PE), presidente nacional do PSDB.
3) O senador Alvaro Dias (PSDB-PR), membro suplente da comissão, lembrou ter feito pronunciamento na tribuna do Senado de crítica ao presidente Lula, por ele ter-se deixado fotografar, em visita à Bolívia em agosto do no ano passado, com um colar feito à base de folhas de coca, ao lado de Morales. "Não me parece ser uma postura didática", disse Dias em seu pronunciamento. "Ao contrário, parece ser um estímulo às drogas."
E pensar que foi o exatamente o mais venerado expoente tucano, o saudoso FHC, quem louvava as delícias da globalização!

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