sexta-feira, 12 de março de 2010

Concorrência desleal

Estava me preparando para começar a trabalhar ontem quando ouvi o seguinte comentário de um colega:
- Vocês viram o Nassif? Que coisa, hein?
Claro que ele se referia à matéria da Folha, malandra como ela só, a começar pelo título, que pretende estigmatizar o experiente jornalista como "chapa branca".
Como não havia lido por inteiro a dita cuja, dei uns cliques no computador e minutos depois cheguei a conclusão que até para atacar seus inimigos a imprensa brasileira anda mal das pernas.
O argumento que a matéria usa para desqualificar, numa só tacada, o jornalista e a TV Brasil, é de lascar.
Então a Folha quer que a programação de uma emissora de televisão pública seja feita por meio de licitação? E como se daria o processo? A escolha do vencedor seria pelo menor preço, como em outras concorrências públicas?
Parece piada...
A matéria também esclarece a questão do custo do programa, os aparentemente elevados R$ 1,2 milhão por ano.
E assim ficamos sabendo dos outros quatro programas da TV Brasil que são terceirizados, levados ao ar sem terem vencido nenhuma licitação: “Samba na Gamboa” (R$ 1,2 milhão anuais), da produtora Giros; “Papo de Mãe” (R$ 1,99 milhão), da produtora Rentalcam, apresentado pelas jornalistas Mariana Kotscho e Roberta Manrezi; “TV Piá” (R$ 1,34 milhão), dirigido pela jornalista Diléa Frate; e “Expedições” (R$ 1,66 milhão), da jornalista Paula Saldanha.
Ou seja, o programa do Nassif está até barato, perfeitamente dentro do preço do mercado, essa entidade tão louvada pela Folha e congêneres.
Não sei quanto aos outros, que ainda não vi, mas o "Samba na Gamboa", apresentado pelo Diogo Nogueira, filho e legítimo sucessor do grande João Nogueira, é um dos melhores programas da TV brasileira, anos-luz à frente das produções das emissoras comerciais.
Antigamente, o Estadão tinha uma forma, se não original, pelo menos mais inteligente de tratar seus desafetos: não escrevia seus nomes nas matérias em que eles deveriam aparecer. Assim, Adhemar de Barros era simplesmente "A. de B.", Leonel Brizola era "o caudilho", Orestes Quércia, o "governador" - e assim por diante.
Como se vê, a imprensa brasileira mudou nesses anos. Para bem pior.

Um comentário:

  1. Essa mídia vagabunda é muito engraçada. Vamos lhes perguntar se o zé alagão fez licitação para assinar seus panfletos para as escolas públicas? Sabemos que ele gasta milhões da grana da secretaria da educação nas assinaturas da folha, estado, valor, veja, nova escola, isto é etc. É por isso que não sobra dinheiro pra reajustar o salário dos professores. Essa quadrilha quer licitação pros outros e libertinagem de imprensa só pra eles. Safados!

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