terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Briga na família

A revelação de que o governador do Distrito Federal José Roberto Arruda, acusado de liderar um grande esquema de corrupção, ameaçou os próceres de seu partido, o DEM, de "radicalizar" se radicalizarem com ele (ou seja, se ele for expulso sumariamente da legenda), mostra uma nova face desse político singular, que já foi, quando era líder do governo FHC no Senado, pego violando o painel eletrônico de votação: a de chantagista.
Claro que Arruda, experiente nas lides administrativas, conhece todos os podres de seus correligionários demistas. Claro que eles se surpreenderam com o contra-ataque, pois não julgaram que o governador sequer pensasse em abrir a caixa de Pandora, essa que guarda segredos compartilhados apenas por alguns poucos escolhidos.
Mas ele sabe que a sua única arma, no momento, é a chantagem. E, por isso, a usa sem rodeios, sem meias palavras. Radicalizem para ver o que acontece, ameaça.
Diante de tal situação, restará ao DEM um recuo para uma posição intermediária, sob a alegação de que Arruda merece o benefício da dúvida.
Enquanto isso, o partido tentará articular uma saída menos vexatória dessa situação. Sem base popular, vivendo apenas dos votos de alguns currais eleitorais criados há décadas, ou de acasos como o da prefeitura paulistana, o DEM pode perder até mesmo a sua única razão de existência, a de ser linha auxiliar dos tucanos, se, como é bem possível, o PSDB resolver se livrar do fardo pesado que essa direita anacrônica e truculenta encarnada no ex-PFL representa.
Seja como for, os problemas de Arruda têm a capacidade de causar enormes estragos na oposição, que há pouco tempo colecionava pedras para jogar nas vidraças do Palácio do Planalto.
Nada como um dia depois do outro.

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