Claro que Arruda, experiente nas lides administrativas, conhece todos os podres de seus correligionários demistas. Claro que eles se surpreenderam com o contra-ataque, pois não julgaram que o governador sequer pensasse em abrir a caixa de Pandora, essa que guarda segredos compartilhados apenas por alguns poucos escolhidos.
Mas ele sabe que a sua única arma, no momento, é a chantagem. E, por isso, a usa sem rodeios, sem meias palavras. Radicalizem para ver o que acontece, ameaça.
Diante de tal situação, restará ao DEM um recuo para uma posição intermediária, sob a alegação de que Arruda merece o benefício da dúvida.
Enquanto isso, o partido tentará articular uma saída menos vexatória dessa situação. Sem base popular, vivendo apenas dos votos de alguns currais eleitorais criados há décadas, ou de acasos como o da prefeitura paulistana, o DEM pode perder até mesmo a sua única razão de existência, a de ser linha auxiliar dos tucanos, se, como é bem possível, o PSDB resolver se livrar do fardo pesado que essa direita anacrônica e truculenta encarnada no ex-PFL representa.
Seja como for, os problemas de Arruda têm a capacidade de causar enormes estragos na oposição, que há pouco tempo colecionava pedras para jogar nas vidraças do Palácio do Planalto.
Nada como um dia depois do outro.
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