quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Insegurança pública

A notícia não ganhou manchetes estrondosas nos jornais paulistas, mas o registro foi feito: a violência no Estado cresce sem parar.
A Folha escreveu o seguinte sobre o assunto:
Dados divulgados na noite de ontem (segunda-feira) pela Secretaria da Segurança Pública da gestão José Serra (PSDB) apontam o aumento em praticamente todos os tipos de crime.
A comparação do 3º trimestre de 2008 com o mesmo período deste ano revela que subiram os crimes de sequestro, homicídio doloso (intencional), estupro, roubo, furto, roubo e furto de veículos e também o roubo de cargas e de bancos.
Em todo o Estado, foram assassinadas 1.119 pessoas nos meses de julho a setembro deste ano -um aumento de 3% em relação a 2008. Na cidade de São Paulo, porém, houve queda de 8,2% -de 317 para 291, mais de três assassinatos por dia.
A variação mais alta foi contabilizada nos crimes de sequestro: 136% -11 casos em 2008 e 26 agora. O total de pessoas mortas em latrocínios (roubo seguido de morte) subiu 14% -74 para 82 vítimas.
Principal bandeira do atual secretário da Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto, que assumiu a pasta em março com a promessa de combater os crimes contra o patrimônio, roubos e furtos tiveram alta de 18% e 6%, respectivamente.
Em maio, quando os números referentes ao 1º trimestre do ano já apontavam para o aumento da criminalidade no Estado, o governo atribuiu o problema à crise econômica.
Com 64.399 roubos registrados, o 3º trimestre deste ano entrou para a história como o período em que mais crimes desse tipo ocorreram em todo o Estado. A marca negativa anterior (63.729) havia sido registrada no 2º trimestre deste ano. Na comparação com o 3º trimestre do ano passado, os roubos aumentaram 18% agora.
O total de roubos (64.399) não inclui os casos de roubo de veículos, a bancos e de cargas.
O furto, delito que historicamente sempre foi o mais registrado nas estatísticas da criminalidade, subiu 6%.
No caso de crimes de estupro, houve aumento de 52% (de 863 para 1.311), mas a variação, segundo nota oficial da Segurança Pública, ocorreu por causa da mudança na lei, que passou a considerar estupro também casos de 'atos libidinosos' e 'atentados violentos ao pudor'.
A nota se encerra dizendo que, "logo após a divulgação dos dados da violência na noite de ontem, na página da pasta, o porta-voz da Secretaria da Segurança Pública, Enio Lucciola Lopes Gonçalves, disse à Folha que ninguém do órgão iria se manifestar sobre os dados 'por causa do horário'.
Segundo Gonçalves, parte das explicações foi dada em uma 'nota explicativa' no site www.ssp.sp.gov.br/estatisticas. Mas, na própria nota, há divergências. Pelo texto, foram 62.308 roubos no Estado. No quadro abaixo da informação, porém, o total que aparece é de 64.399."
Então é isso: o Estado mais rico da federação, governado há mais de uma década por representantes de um mesmo partido, não consegue diminuir os índices de violência, mostra-se incapaz de apresentar uma política de segurança pública que sequer impeça o aumento da criminalidade.
É uma tragédia, ainda mais quando se sabe que muitas ocorrências não são registradas pelas vítimas por absoluta descrença no trabalho policial.
O tema segurança pública, aliás, poderia servir de mote para a campanha presidencial dos defensores do Estado mínimo, esses que fazem oposição renhida ao governo Lula. O que têm a propor o governador José Serra e seus aliados ao Brasil? O modelo paulista de gestão, cujos resultados são esses aí publicados pela insuspeita Folha?

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