A entidade verificou que nos últimos oito meses os juros cobrados no mercado caíram de forma consecutiva, mesmo sem o Banco Central ter mexido na taxa básica, a Selic, que está em 8,75% ao ano.
"Essas reduções podem ser atribuídas à melhora no cenário econômico e maior competição no sistema financeiro", avalia Miguel José Ribeiro de Oliveira, coordenador da pesquisa da Anefac.
O levantamento da associação aponta que a taxa para pessoa física caiu de uma média de 7,08% em agosto para 7,01% em setembro. Apesar disso, tomar empréstimos a essa taxa ainda significa ver a dívida mais que dobrar (125,47%) no fim de um ano.
O levantamento da associação aponta que a taxa para pessoa física caiu de uma média de 7,08% em agosto para 7,01% em setembro. Apesar disso, tomar empréstimos a essa taxa ainda significa ver a dívida mais que dobrar (125,47%) no fim de um ano.
Os juros do cartão de crédito, a 10,68% ao mês, continuam no topo da lista das taxas mais caras e não se alteraram desde fevereiro de 2009. Nas financeiras, que oferecem o segundo juro mais alto, a taxa média recuou de 10,62% ao mês para 10,48%. No cheque especial, o juro caiu de 7,38% para 7,34%, enquanto as taxas do empréstimo pessoal nos bancos passaram de 5,15% para 5,02%.
Essa seria uma boa notícia não fosse o fato de que os juros cobrados pelos bancos no Brasil ainda são, para dizer o mínimo, indecorosos.
A ganância dos banqueiros é algo para se pensar. E como uma coisa puxa a outra, acabei me lembrando justamente do oposto, de comerciantes que conheci que sabiam tratar seus fregueses de modo especial - e nem por isso deixaram de lucrar com eles.
Na Jundiaí do início dos anos 70 existiam várias pessoas assim. Me recordo particularmente de duas delas, o Cassiano, dono do Urso Branco, um bar ao qual íamos todas as noites depois do fechamento do Jornal de Jundiaí - eu, o saudoso Afrânio Bardari, secretário de redação, Celso de Paula, batalhador incansável das artes e da cultura da cidade, repórter dos bons, e vários amigos que deixo de nominar justamente porque foram muitos.
O Cassiano, além de fazer sanduíches de primeira e não se importar de ficar aberto até a madrugada, ainda marcava na caderneta a nossa conta quando, por motivos alheios à nossa vontade, estávamos duros. Sei que nunca demos calote. Podíamos atrasar um pouco, mas ele, educadamente, nos cobrava quando sentia que havia perigo à vista.
Caso ainda mais grave de negociante que me levava às alturas com o tratamento dispensado era o Paulinho Copelli, da Casa Carlos Gomes, notável estabelecimento situado à Rua Barão de Jundiaí, que se encarregou, durante décadas, de levar o melhor da música aos jundiaienses.
O Paulinho era incrível. Além de oferecer o fino da MPB, do rock e do jazz, ainda tinha um sistema de crédito inacreditável.
Eu levava a pilha de LPs até a sua mesa, tirava a ficha da loja do bolso e ele me perguntava, invariavelmente, depois de somar a compra:
- Quanto é que você quer pagar este mês?
Isso mesmo! Era eu que decidia de quanto seria a prestação. Comprei discos assim durante vários anos. Quando parei - e acertei o débito com o Paulinho - tinha uma coleção de mais de 1.500 LPs, boa parte deles da Casa Carlos Gomes.
Essa seria uma boa notícia não fosse o fato de que os juros cobrados pelos bancos no Brasil ainda são, para dizer o mínimo, indecorosos.
A ganância dos banqueiros é algo para se pensar. E como uma coisa puxa a outra, acabei me lembrando justamente do oposto, de comerciantes que conheci que sabiam tratar seus fregueses de modo especial - e nem por isso deixaram de lucrar com eles.
Na Jundiaí do início dos anos 70 existiam várias pessoas assim. Me recordo particularmente de duas delas, o Cassiano, dono do Urso Branco, um bar ao qual íamos todas as noites depois do fechamento do Jornal de Jundiaí - eu, o saudoso Afrânio Bardari, secretário de redação, Celso de Paula, batalhador incansável das artes e da cultura da cidade, repórter dos bons, e vários amigos que deixo de nominar justamente porque foram muitos.
O Cassiano, além de fazer sanduíches de primeira e não se importar de ficar aberto até a madrugada, ainda marcava na caderneta a nossa conta quando, por motivos alheios à nossa vontade, estávamos duros. Sei que nunca demos calote. Podíamos atrasar um pouco, mas ele, educadamente, nos cobrava quando sentia que havia perigo à vista.
Caso ainda mais grave de negociante que me levava às alturas com o tratamento dispensado era o Paulinho Copelli, da Casa Carlos Gomes, notável estabelecimento situado à Rua Barão de Jundiaí, que se encarregou, durante décadas, de levar o melhor da música aos jundiaienses.
O Paulinho era incrível. Além de oferecer o fino da MPB, do rock e do jazz, ainda tinha um sistema de crédito inacreditável.
Eu levava a pilha de LPs até a sua mesa, tirava a ficha da loja do bolso e ele me perguntava, invariavelmente, depois de somar a compra:
- Quanto é que você quer pagar este mês?
Isso mesmo! Era eu que decidia de quanto seria a prestação. Comprei discos assim durante vários anos. Quando parei - e acertei o débito com o Paulinho - tinha uma coleção de mais de 1.500 LPs, boa parte deles da Casa Carlos Gomes.
Claro que ressuscitar o sistema da caderneta é algo impensável nos dias de hoje. Mas convenhamos: achar 7% de juros ao mês uma taxa aceitável, só mesmo sendo idiota.
Cassiano, Paulinho Copelli... Existiu mesmo esse país onde nós fizemos tantos negócios?
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