Toda esse barulho da imprensa em torno dos recentes acontecimentos no Senado, que incluem a saída do PT de dois senadores e uma ameaça de renúncia do líder do partido se resume a apenas uma palavra: histeria.
A imprensa está histérica porque, em plena campanha eleitoral, vê seu repertório de truques para abalar o governo que detesta no fim.
Os factóides que cria - e que são em seguida repercutidos pelos parlamentares da oposição para depois voltarem a ganhar as manchetes, num círculo vicioso já manjado - estão durando cada vez menos.
Por isso as manchetes sobem de tom, o noticiário fica mais enlouquecido a cada linha, as sentenças perdem completamente o sentido, os argumentos desaparecem - e resta apenas o total desvario.
Um jornal se diz "sob censura" porque a Justiça o proibiu de publicar informações de um inquérito que corre sob sigilo. O outro pinça palavras da ex-ministra do Meio Ambiente para forjar um título falso. Um terceiro frauda uma ficha criminal da chefe da Casa Civil - e, não contente, a acusa de interferir numa investigação fiscal. A gripe causada pelo vírus influenza A se transforma na nova peste negra. Colunistas decretam o fim do PT, a derrocada de Lula, a falta de condições morais ( "é uma mentirosa") de sua candidata a sucedê-lo. Ex-petistas ressentidos, "cientistas sociais" notoriamente ligados à oposição, além dos próprios oposicionistas, são destacados para "esclarecedoras" entrevistas sobre uma crise inteiramente artificial, fabricada sob os padrões desse novo/velho jornalismo nativo.
O fato é que desta vez as coisas estão passando dos limites. Talvez pelo incentivo que recebeu do Supremo Tribunal Federal, que, num pequeno intervalo de tempo, acabou com a Lei de Imprensa e com a profissão do jornalista; talvez por ver sua influência como "formadora da opinião pública" cada vez mais reduzida; talvez por sentir sua tiragem cair mais a cada dia; talvez por tudo isso e também porque o país passa por profundas mudanças sociais e econômicas, a nossa imprensa esteja surtando.
Se for isso, melhor para todos. A medicina psiquiátrica avançou muito nesses últimos anos. Sempre existe uma esperança.
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