O Partido Popular Socialista, o PPS, auto-denominado herdeiro do Partidão, pretende fazer dia 6 de julho uma grande festa para comemorar o ingresso, em seus quadros, do ex-presidente Itamar Franco. Além dele, também se filiarão à legenda os ex-ministros Henrique Hargreaves (Casa Civil) e Djalma Morais (Comunicações), o ex-deputado Marcelo Siqueira e a ex-secretária estadual de Justiça de Minas Gerais Ângela Pace.
Itamar vai se juntar a figuras como Roberto Freire, Raul Jungmann, Arnaldo Jardim, Fernando Coruja, Soninha e outros esquerdistas notórios que ajudam tucanos e pefelistas no exercício cotidiano de tentar derrubar o governo Lula.
Na sua longa vida política Itamar já foi do PTB, MDB, PMDB, PL, PRN - ou seja, qualquer partido que lhe sirva às conveniências do momento.
Há quem diga que agora a sua pretensão é ser vice da chapa de José Serra. Mas, volúvel como ele só, Itamar pode estar apenas querendo voltar aos holofotes que dele se afastaram já há alguns anos - o tempo, bem sabe Fernando Henrique Cardoso, que o sucedeu no Palácio do Alvorada, é muito cruel para certas pessoas.
Às vésperas dessa nova aventura, Itamar deve estar bastante ocupado. E talvez não tenha ainda se familiarizado com o vasto material ideológico que a legenda do PPS inspira. Afinal, são anos e anos de lutas contra a exploração capitalista.
Para ajudá-lo a, assim dizer, entrar no clima, reproduzo abaixo um dos símbolos máximos de todos os socialistas, comunistas e outros tipos de "istas" que não se conformam em ver o mundo cada vez mais dividido entre ricos e pobres - para Itamar Franco e seus companheiros de PPS, a letra da eterna "Internacional". Que ela os emocione, conforte e, quem sabe, os inspire a realizar obras notáveis.
De pé, ó vitimas da fome!
De pé, famélicos da terra!
Da idéia a chama já consome
A crosta bruta que a soterra.
Cortai o mal bem pelo fundo!
De pé, de pé, não mais senhores!
Se nada somos neste mundo,
Sejamos nós produtores!
Bem unido façamos,
Nesta luta final,
Uma terra sem amos
A Internacional
Senhores, patrões, chefes supremos,
Nada esperamos de nenhum!
Sejamos nós que conquistemos
A terra mãe livre e comum!
Para não ter protestos vãos,
Para sair desse antro estreito,
Façamos nós por nossas mãos
Tudo o que a nós diz respeito!
O crime de rico, a lei o cobre,
O Estado esmaga o oprimido.
Não há direitos para o pobre,
Ao rico tudo é permitido.
À opressão não mais sujeitos!
Somos iguais todos os seres.
Não mais deveres sem direitos,
Não mais direitos sem deveres!
Abomináveis na grandeza,
Os reis da mina e da fornalha
Edificaram a riqueza
Sobre o suor de quem trabalha!
Todo o produto de quem sua
A corja rica o recolheu.
Querendo que ela o restitua,
O povo só quer o que é seu!
Nós fomos de fumo embriagados,
Paz entre nós, guerra aos senhores!
Façamos greve de soldados!
Somos irmãos, trabalhadores!
Se a raça vil, cheia de galas,
Nos quer à força canibais,
Logo verá que as nossas balas
São para os nossos generais!
Pois somos do povo os ativos
Trabalhador forte e fecundo.
Pertence a Terra aos produtivos;
Ó parasitas deixai o mundo
Ó parasitas que te nutres
Do nosso sangue a gotejar,
Se nos faltarem os abutres
Não deixa o sol de fulgurar!
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