O presidente Lula, dias desses, falou que preferia dar dinheiro diretamente aos pobres do que fazer mais desonerações fiscais. Para justificar, disse que não vê os empresários beneficiados baixarem os preços dos produtos que fabricam.
Claro que o presidente exagerou. Em alguns casos, a desoneração tem ajudado o país a passar pela crise econômica global sem sentir efeitos muito profundos. Os exemplos mais evidentes são os setores automobilístico e o da chamada linha branca (fogões, geladeiras, máquinas de lavar roupa etc).
Mas Lula estava se referindo mesmo ao caso da CPMF, o tributo que a Fiesp, com a ajuda da oposição golpista derrubou.
Como se sabe, a CPMF foi criada no governo FHC para dar mais recursos a serem investidos na saúde. Com o tempo, sua arrecadação foi repassada para outras áreas e o tributo, que era para ser provisório, acabou permanente. Foi preciso que o Congresso, depois de intenso lobby dos empresários, o derrubasse.
Sem ele, claro que os empresários se sentiram aliviados. Aumentaram os lucros - a ideia de repassar para os preços o benefício sequer foi cogitada - e viram a fiscalização da Receita Federal afrouxar, pois a CPMF era também importante instrumento para o combate de crimes fiscais.
Lula, ao criticar essa onda de benesses tributárias, talvez tenha sido injusto no varejo, mas acertou na mosca no atacado.
O empresário brasileiro, este que aproveitou o terrorismo midiático sobre a crise para demitir quem ganhava mais para contratar por menos, é, antes de tudo, um chorão.
Exatamente como aquelas crianças mimadas que só ficam quietas depois de conseguirem tudo o que queriam.
Lula não queria que a CPMF fosse instinta, muito pelo contrário. Perdoe a sinceridade, mas não há diferença algum no modo petista e tucana de governo. Um abraço.
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