Marta perdeu numa cidade de eleitorado majoritariamente conservador, com uma classe média extremamente suscetível à opinião de uma mídia com interesses políticos - neste caso, de ser oposição ao governo Lula e ao PT.
Submetida a um bombardeio midiático negativo em proporções gigantescas, estava mais que evidente que a ex-prefeita não teria sucesso em sua empreitada. O rolo compressor serrista funcionou em todos os sentidos: conseguiu construir uma imagem altamente positiva de um político até então menos que medíocre e completou o processo de demonização da candidata do PT.
Contados os votos, saíram das tocas os tais experts em análises rasteiras e dirigidas, a anunciar que este último resultado eleitoral é a pá de cal nas pretensões políticas de Marta Suplicy.
Gilberto Carvalho, petista histórico, secretário de Lula, que deu uma mão no segundo turno em São Paulo, não pensa assim. Segundo disse, em entrevista ao Valor, Marta Suplicy sai mais forte da eleição, não apenas pelos 2,5 milhões de votos que teve, mas pelo que essa votação representa num ambiente complicado como a capital paulista. Não é nada fácil construir um quadro, uma liderança política. A ex-prefeita já chegou a esse nível privilegiado. E ninguém no PT é estúpido ao ponto de desprezar essa conquista.
É impossível saber, neste momento, o que realmente Marta planeja para seu futuro. Mas é pouco provável que alguém que deixou de lado uma vida de luxo e conforto fácil para abraçar uma carreira árdua e imprevista como a política, resolva se aposentar. Daqui a dois anos haverá nova eleição, para cargos ainda mais importantes que o de prefeito e vereador.
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