O São Paulo Futebol Clube nunca desdenhou suas origens. Sempre fez questão de se colocar como elite. Teve um presidente, Laudo Natel, também governador do Estado, indicado pelos militares que mandavam no país, que se sentava no banco de reservas durante os jogos. Não existe no país exemplo mais acabado de simbiose entre esporte e poder.
Mas por ser um time de futebol, o São Paulo infelizmente tem de seguir algumas regras nos campeonatos que disputa. Entre elas está a de jogar no campo do adversário. Na Libertadores da América não é diferente. Fez o jogo de estréia contra o Nacional de Medellin na Colômbia. Foi recebido como todos os outros adversários: com animosidade e antipatia.
Na volta ao Brasil, seus cartolas passaram à prática do mais antigo ritual dos descontentes: o choro. Reclamaram de tudo e juraram que vão pedir providências à confederação sul-americana. Só que desta vez, foram além do queixume habitual: envolveram na trama quem não tem a menor responsabilidade pelo ocorrido. O presidente do clube, Juvenal Juvêncio, foi bem explícito na identificação dos culpados:
"Houve uma agressão aqui, outra acolá. O banco não pôde aquecer. Escanteio com aparato policial. Isso precisa ser reprimido. Tenho impressão que a Conmebol tomará providências em relação a isso (interdição do estádio). Essa coisa lamentável, essa coisa de índio ainda ocorre na América do Sul."
Sim, agora está claro. Não fossem os pobres índios, tudo estaria bem, o futebol seria mais bonito, mais educado e civilizado.
Eugenia já!
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