quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Nova plumagem

Próceres tucanos reconhecem que seu partido está sem rumo. A convenção que irá escolher o novo presidente deverá também discutir o papel do PSDB na oposição.
A divisão ficou mais clara recentemente, quando parte do tucanato quis costurar um acordo civilizado com o governo sobre a CPMF - e acabou derrotada pelos "duros", sob a liderança de FHC.
Sem rumo, os tucanos têm procurado ler, em pesquisas encomendadas, o que pensa o eleitorado sobre vários assuntos.
Se continuar assim, corre o risco de se perder ainda mais. O eleitorado - mais de 60% dele - apóia o governo Lula.
Quem discorda é a porção do país que sempre votou na direita - empresários, classes A, B e parcela da C. Que, obviamente, não são o povo brasileiro de verdade.
Endurecer posições contra um governo que, apesar de todos os defeitos, tem beneficiado largas porções da sociedade, é ir contra o interesse da maioria.
Um partido que leva em seu nome a palavra social-democracia deveria, justamente, ter a questão social como prioridade.
Os tucanos, porém, sempre estiveram afastados dos movimentos sociais, dos sindicatos, ou de qualquer coisa que lembrasse os setores mais negligenciados.
Preferiram ser os porta-vozes dos empresários, dos banqueiros, dos latifundiários.
Talvez seja tarde demais para uma mudança só porque hoje estão na oposição.
FHC pode mesmo estar certo: para sobreviver, os tucanos talvez devam se transformar em gaviões.
Ou urubus. Há aves para todos os gostos.

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