quarta-feira, 18 de julho de 2007

Mudança de rumo

Há algumas décadas, os jatos eram proibidos de pousar em Congonhas. A ponte-aérea era feita por meio dos Electra, um turbo-hélice que demorava cerca de 50 minutos para completar a viagem. A pressão das companhias aéreas levou os jatos a Congonhas. Diziam que eram mais econômicos, mais rápidos e seguros que seus antecessores.
Com o passar do tempo, Congonhas deixou de ser um aeroporto alternativo para se tornar o principal da metrópole e do próprio país. Os passageiros preferiam a comodidade de sua localização. Partir de Cumbica, só em último caso ou para destinos internacionais. As empresas passaram a disputar nele, com ferocidade, espaços e linhas. Obviamente, os controles de segurança foram afrouxados. É impossível que um aeroporto com tanto movimento - pouso e decolagens de minuto em minuto - apresentasse os mesmos riscos de outros com menos freqüências e distantes das cidades. Isso porém não foi levado em consideração nem pelas autoridades do setor, nem pelas companhias aéreas ou pelos próprios passageiros.
A tragédia de 1996 do Fokker 100 da TAM foi um aviso, infelizmente ignorado. Dez anos e nove meses depois, o acidente com o Airbus A-320 da mesma TAM, seja qual for a sua causa, deve servir para que o papel de Congonhas na malha aérea brasileira seja reavaliado. É impossível que ele continue a ter a mesma importância de hoje.

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