Grande parte da imprensa chama a paralisação dos controladores de vôo de greve. Não se trata de uma greve. É um motim. Os controladores são militares e, portanto, impedidos de fazer greve e subordinados ao comando militar. Militar não pode desobedecer uma ordem. Ao se rebelar, está sujeito à disciplina militar. O governo, ao negociar com os controladores, abre um precedente sério. Se o presidente Lula recebê-los, estará interferindo na hierarquia militar. O motim deveria ser tratado como tal. A democracia tem suas regras e é necessário que todos saibam respeitá-las.
A discussão sobre a justiça ou não das reivindicações dos controladores não pode ser feita por meio de chantagem. O debate sobre a privatização da Infraero e a desmilitarização do controle e segurança dos vôos é naturalmente longo e complexo. Tratar essas questões, que se arrastam há décadas, de maneira açodada, sob a emoção fabricada por imagens e declarações de passageiros inconformados, é extremamente perigoso.
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