quinta-feira, 8 de março de 2007

Futuro presente

O grupo interministerial criado pelo presidente Lula em junho do ano passado para avaliar o laptop de 100 dólares apresenta o relatório sobre o projeto "Um Laptop por Criança" na semana que vem. O projeto prevê o fornecimento de computadores portáteis de baixo custo para alunos da rede pública de ensino, uma espécie de caderno digital para auxiliar no aprendizado. O laptop de 100 dólares foi criado pelo professor Nicholas Negroponte, do MIT, que visitou o Brasil em 2005. O projeto do governo pretende equipar 1 milhão de crianças e professores brasileiros com computadores portáteis de baixíssimo custo. Os primeiros devem começar a ser entregues ainda este ano. Além do laptop de Negroponte, existem outros de várias empresas que estão sendo avaliados.
Para quem não entendeu o significado dessa notícia, basta dizer o seguinte: em poucos anos, as crianças brasileiras não precisarão mais comprar livros escolares. Elas simplesmente abrirão seus laptops para fazer a lição do dia ou simplesmente estudar. E isso será mais uma etapa da revolução digital que varre o mundo e é completamente ignorada por vários setores da sociedade.
Imaginem o que representa uma geração abandonar os livros tradicionais e ingressar no universo dos computadores, tendo à frente a infinita quantidade de informações proporcionada pela internet. Dá para afirmar com certeza que essa geração agirá com parâmetros totalmente diferentes dos de hoje. Não só os livros serão coisa do passado: a informação atualmente consumida via jornais ou revistas - e mesmo por meio do rádio e televisão - será fornecida não só pelos computadores pessoais, mas por aparelhos que também integrarão telefone, câmera fotográfica, rádio, televisão, tocadores de música, gravadores, numa portabilidade que fará do ser humano um animal com sentidos ainda mais aguçados.
Mas enquanto esse breve futuro não chega, é triste observar que os maiores interessados nessa revolução - os grandes conglomerados de comunicação - continuem a pastar placidamente em seus lucros, reservando a essa extraordinária nova mídia ínfimos recursos. É impossível que tantos gênios reunidos não percebam o que se passa no mundo digital. É preferível pensar que esperem o momento oportuno para investir realmente nessa revolução. Talvez aguardem que alguém dê o primeiro passo.
Quem se habilita?

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