Num dia de verão do ano 480 A.C., uma tropa grega de 300 homens, comandados pelo rei de Esparta, Leônidas, foi dizimida numa estreita faixa de terra entre a montanha e o mar, chamada Termópilas. Os 300 de Esparta ali ficaram para dar tempo ao exército grego se reagrupar e poder combater os invasores persas, liderados por Xerxes. A força persa era impressionante: 250 mil soldados das várias nações que compunham o notável império.
A derrota dos espartanos ocorreu apenas depois de os persas terem conseguido chegar à sua retaguarda, guiados por um agricultor grego que viu naquela uma boa ocasião para encher os bolsos. Bem, toda a guerra tem seus heróis e seus traidores.
Antes, Leônidas e seus bravos contiveram, na estreita Termópilas, vários avanços dos persas. Segundo a lenda, eles eram tantos que as flechas disparadas pelos seus arqueiros obscureciam a luz do Sol. O dia virava noite. Leônidas foi avisado dessa façanha e, contam, soltou uma frase que atravessou os séculos: "Ótimo, combateremos à sombra."
Xerxes, os 300 de Esparta e Leônidas, não importa se seus feitos foram ou não reais, são lembrados até hoje como grandes exemplos de coragem. Os gregos acabaram vencendo: os persas voltaram a seus domínios. Mas a história é feita pelos vencedores.
Os 300 de Esparta estão de volta numa superprodução hollywoodiana à base de poderosos efeitos de computador, bem diferentes do épico da década de 60. Naquele tempo, a Pérsia, ou o Irã, era governado pela xá Reza Pahlevi, fiel aliado dos americanos. Hoje, faz parte do "eixo do mal", abominado pelos seus preceitos teocráticos, suspeito de se aliar a terroristas e - pecado dos pecados - acusado de pretender construir a bomba.
Contra esse inimigo, a força dos 300 de Esparta se multiplica. O brasileiro Rodrigo Santoro se esforça para compor um Xerxes ao mesmo tempo maléfico e afeminado. É dose para global nenhum pôr defeito.
Mas guerra é guerra. O Capitão América morreu baleado em plena Nova York na semana passada. God Bless America!
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