domingo, 25 de fevereiro de 2007

Rugidos e mugidos

O técnico Leão anunciou dias atrás que a temporada de caça ao leão havia sido aberta, tal a virulência das críticas da imprensa esportiva ao seu trabalho.
Ele tem razão. De repente, praticamente todos os analistas, comentaristas, locutores, ou seja lá que nome se dê aos palpiteiros profissionais, ficaram contra Leão, o mesmo que, meses antes, era louvado como o salvador da pátria corintiana, um dos poucos treinadores integrantes da elite do futebol brasileiro, sujeito disciplinador, sério, competente.
Pois bem, a bola corintiana foi murchando em meio a um jogo cheio de cartões amarelos, vermelhos, faltas e pênaltis cometidos pelos seus dirigentes.
Leão, do dia para a noite, deixou de ser "bestial" para virar uma "besta", como bem filosofou o saudoso Oto Glória, comandante do esquadrão português da Copa de 66.
Fatos notórios sobre a personalidade de Leão, como seu pendor autoritário e narcisista, vieram à tona como novidades. Dados que deveriam fazer parte do noticiário do time, como a falta de treinamentos táticos, viraram manchetes. Em meio a essa avalanche de fatos negativos, toda a torcida corintiana também mudou radicalmente de opinião sobre o até então adorado líder. "Delenda Leão" é a frase da moda.
Os jornalistas esportivos, vejam só, reproduziram o movimento de "manada" típico de aplicadores assustados em bolsa de valores.
Pela responsabilidade que têm perante a opinião pública, esperava-se um pouco mais de inteligência da parte deles.
Afinal, o futebol não é uma ciência tão difícil assim de ser assimilada por mentes normais.

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