A tão propalada crise econômica parece que não contaminou apenas a produção, mas também o cérebro dos brasileiros. Pelo menos, a julgar-se correta pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) em conjunto com o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).
Segundo o levantamento, embora a maioria os nossos "empreendedores" tenha apontado que seu maior temor neste ano é que o país não supere a crise econômica, a maior parte deles, contraditoriamente, se mostrou otimista em relação ao seu próprio negócio: mais da metade (51%) disse que as expectativas para as suas empresas são muito boas, enquanto apenas 9% espera que o novo ano seja muito ruim para a sua empresa, e 36% afirmou estar sem expectativas positivas ou negativas.
A esquizofrenia dos empresários talvez se explique pelo próprio ambiente surrealista que tomou conta do Brasil depois da reeleição da presidenta Dilma, com a guerra deflagrada pela oligarquia para invalidar o seu segundo mandato, e que conta com a participação ativa, além dos personagens políticos óbvios, de praticamente toda a imprensa e setores do Ministério Público e Judiciário.
Os empresários brasileiros são, em geral, pessoas de pobre formação educacional e intelectualmente pouco dotados, que ainda se informam pelos canais tradicionais - esses dominados por meia dúzia de famílias, que controlam ferreamente as "notícias" que devem ser lavadas aos brasileiros.
Ou seja: a visão que eles têm do Brasil é a visão dos empresários de comunicação, aquela que dissemina a ideia de que este é um país que ia maravilhosamente bem até que uma quadrilha de "petralhas" se apossou do Palácio do Planalto e pôs em prática seus planos diabólicos de transformar o paraíso num inferno.
Presos nesse universo paralelo, os "empreendedores" brasileiros são um oceano de contradições.
Segundo a pesquisa, 14% dos entrevistados conseguiram realizar 100% do que haviam projetado para 2015, enquanto 37% conseguiram realizar parcialmente, e 38% tiveram de adiar seus planos para 2016 ou por tempo indeterminado.
Entre aqueles que não concretizaram 100% dos projetos para 2015, 34% disseram que deixaram de reformar a empresa, 32% não conseguiram alavancar as vendas e 24% não puderam comprar equipamentos.
Por outro lado, ou por um desses milagres da vida, entre aqueles que realizaram seus projetos, total ou parcialmente, 44% disseram ter quitado dívidas das empresas, 30% conseguiram aumentar as vendas de seus negócios e 30% realizaram alguma reforma.
O chororô é imprescindível em qualquer manifestação dos "empreendedores": os principais culpados na avaliação dos empresários ouvidos na pesquisa para que seus planos gorassem foram a falta de recurso financeiro (44%), a inflação (36%) e os juros elevados (27%).
Entre os empresários sondados, as expectativas para a economia do Brasil dividem opiniões - estão mais perdidos - como é que se diz? - do que cegos em tiroteio.
Mais da metade (53%) dos empresários acredita que 2016 será igual ou pior que 2015 - sendo que 22% creem numa piora do cenário macroeconômico - e 42% têm a expectativa de que 2016 será melhor se comparado ao ano que terminou.
De qualquer forma, na dúvida entre ser ou não ser, entre vender ou não vender, entre empreender ou simplesmente reclamar da vida, vamos botar a culpa na Dilma.
Explico. O que êles querem dizer é que dá pra ganhar um dinheiro trabalhando. Mas e o dindim da sonegação? Do contrato mamata com o govêrno? Do por fora dividido com o político? Aí é que tá ficando difícil e complicado. É uma cambada de espertos e mal acostumados.
ResponderExcluirO Empresariado tupiniquim,é igual ao gato;é comendo e miando...pense num povinho chato...
ResponderExcluirAcontece que a velha mídia (rádio, TV e veículos em papel) fazem uma verdadeira lavagem / enxaguagem cerebral. Então o sujeito vê que seu negócio está crescendo, mas assiste ao jornal "nacional" (?) e é bombardeado pelos urubólogos.
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