Os jornalistas de São Paulo empregados em jornais e revistas da capital aceitaram a proposta dos patrões e vão ficar sem aumento salarial no período de junho de 2015 a junho de 2016: o acordo, fechado depois de cinco meses depois da data-base da categoria, prevê apenas a reposição da inflação pelo INPC (8,76%) para salários até R$ 13.472,16, e um aumento fixo de R$ 1.180,16 para quem ganha acima de R$ 13.472,16.
A proposta patronal foi aceita por 93,5% dos 800 jornalistas que votaram no plebiscito organizado pelo sindicato da categoria para bater ou não o martelo sobre a generosa oferta dos donos dos jornais e revistas da capital.
Os jornalistas do interior do Estado de São Paulo, também ouvidos em plebiscito, se contentaram ainda com menos: o acordo aprovado prevê reajuste de 6% nos salários retroativo a 1º de junho e recomposição da inflação a partir de janeiro, com reajuste suplementar de 2,604% para recompor as perdas com a inflação até a próxima data-base (1º de junho de 2016).
O piso salarial dos jornalistas paulistas passou a ser de R$ 2.719,00 para a jornada de 5 horas, ou seja, cerca de três salários mínimos.
Se os profissionais de jornais e revistas de São Paulo conseguiram tão pouco em sua campanha salarial, os que trabalham em emissoras de rádio e televisão estão prestes a ver os seus salários serem achatados: a contraproposta das empresas prevê um miserável reajuste de 5%, quase a metade da inflação do período.
Por essas e outras, dizer que o jornalismo brasileiro está no fundo do poço é mais que o óbvio.
Na verdade, ele se encontra exatamente onde os patrões sempre quiseram que ele estivesse.
Para tal, é sempre bom lembrar, os donos das empresas de comunicação contaram com a inestimável ajuda dos ministros do Supremo Tribunal Federal, que acabaram com a profissão de jornalista e com a Lei de Imprensa.
Que o jornalismo brasileiro descanse em paz, portanto.
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