quinta-feira, 2 de julho de 2015

E por que não se cumprem as leis no Brasil?

O que não falta no Brasil é lei.

Há lei para tudo.

Dá para enquadrar desde os espertinhos até os mais torpes e violentos criminosos em um monte de artigos dos códigos Penal, Civil, de Defesa do Consumidor...

O problema não é a falta de leis - é o respeito a elas.

O brasileiro é, grosso modo, um ignorante.

Ele ignora desde os seus direitos básicos até aquilo que pode ser punido, por se tratar de uma infração à lei.


No Brasil, secularmente, as leis são manipuladas pela plutocracia a seu bel-prazer: quando ela beneficia o poderoso, ela é aplicada com rigor; quando o prejudica, é ignorada.

Todos conhecem a frase "aos amigos, tudo; aos inimigos, a lei", cujo autor se perdeu nas brumas do tempo.

Neste dias sombrios, em que a porção mais tenebrosa da sociedade ganha espaço nos meios de informação e ameaça a própria estabilidade da nossa frágil democracia, a aplicação da lei pelos seus agentes poderia ser um eficaz antídoto contra a barbárie.

Várias ações desses vândalos merecem ser punidas exemplarmente por violarem acintosamente as leis brasileiras.

Autoridades, ex-autoridades governamentais e figuras públicas são ofendidas e ameaçadas nas chamadas redes sociais da internet, como se isso fosse tão somente a expressão do direito de cidadania, numa distorção evidente do senso moral.

O exemplo mais evidente dessa ofensiva selvagem é esse adesivo para carros com a presidenta Dilma, uma das coisas mais asquerosas que vi em toda a minha vida. 

Ele é um atentado não só a ela, mas à dignidade de todas as mulheres. 

Quem fez tal imundície, quem compra e cola em seus carros tal nojeira, deveria responder pelo crime que comete.

Ou este é um país de bárbaros, que aceita e incentiva essas manifestações criminosas?

Onde estão os carolas, religiosos de todo tipo, defensores da família e dos bons costumes, os moralistas que tanto se preocupam com a sexualidade dos outros, onde estão os "homens de bem", que não reagem contra esses psicopatas?

A omissão, neste caso, é prova de conivência.

Um comentário:

  1. Ora, ora. Eu só acho que no Brasil, não tem "carola". Tem " conivente de armário". Cada um mais sonso que o outro. Lembra do carro do Eike?

    ResponderExcluir