sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Aberta a temporada de caça a Padilha

O vale-tudo para defenestrar os trabalhistas do Palácio do Planalto se intensifica.
O "escândalo" da vez envolve o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Seria uma coincidência ele ser o candidato do PT ao governo do Estado de São Paulo, com chances reais de ganhar a eleição e acabar com o reinado tucano, que já dura 20 anos?
Difícil acreditar nisso - é mais fácil crer que a Folha de S. Paulo é uma empresa jornalística e não um partido político.

A "denúncia" é risível: uma ONG que teve, entre seus fundadores, o pai do ministro, que hoje não exerce nenhuma função administrativa, tem convênio com o Ministério da Saúde.
Na "reportagem" o ministério informa que a ONG seguiu todos os preceitos legais para firmar o convênio e o pai de Padilha diz que está afastado da direção desde que seu filho foi nomeado ministro pela primeira vez, no governo Lula, justamente para seguir o que manda a lei.
Tudo às claras, nada escondido.
E além do mais, a ONG faz o trabalho para a qual foi contratada.
E o pai de Padilha não ganha nada com isso.
E o presidente da ONG é Paulo Ayres Mattos, bispo emérito da Igreja Metodista.
Portanto, qual é a notícia?
A notícia é esta: a Folha faz esse tipo de matéria porque quer detonar Padilha e preservar o governo Alckmin em São Paulo.
Seus donos sabem que, se Padilha vencer, é bem capaz de promover, como Fernando Haddad na prefeitura, uma revolução nos costumes administrativos.
Os donos da Folha, seus amigos e sócios tucanos, devem estar tendo noites de insônia com a possibilidade de, por exemplo, Padilha, se eleito, criar, como fez Haddad, uma Controladoria-Geral do Estado, para investigar com inteira liberdade, sem interferência nenhuma, a grossa corrupção que destrói São Paulo há tantos anos.
A guerra mal começou.
Até outubro, as baixarias vão se suceder.
A "reportagem" da edição de hoje é apenas uma tentativa de abater Padilha antes que ele comece, de fato, sua campanha.
Enquanto isso, os verdadeiros ladrões, esses que roubam os cofres públicos paulistas desde os tempos de Covas, esses que impõem imenso sofrimento diário à população que depende do transporte público para trabalhar e estudar, esses merecem, quando muito, notícias acanhadas, mesmo que haja contra eles não ilações, mas provas substanciais de grossa corrupção.
Mas eles são gente da casa.
E aos amigos tudo se perdoa.

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